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A edição de ISTOÉ de 27 de outubro de 2010 denunciou o uso de uma central de
boatos para atingir Dilma. O guru Ravi Singh, contratado  por Serra, era o responsável

Em outubro de 2010, uma onda de agressões à então candidata do PT, Dilma Rousseff, chegava às caixas de entrada dos e-mails de milhares de brasileiros. Aquelas mensagens, como ISTOÉ mostrou na reportagem “Os santinhos de uma guerra suja”, revelavam um lado espúrio da política: o uso de calúnias para atingir um candidato e promover o medo em parte do eleitorado. Tudo feito anonimamente. Sob títulos como “Dilma defende o aborto” e “A terrorista petista”, os textos distorciam a visão da presidenta sobre fatos caros a segmentos representativos da sociedade. No ritmo frenético da internet, as acusações reverberaram em sites, blogs, redes sociais e ensejaram até sermões religiosos. Agora, o criador da estratégia vem à tona. Na biografia autorizada da presidenta Dilma Rousseff, “A Vida Quer é Coragem”, o jornalista Ricardo Amaral, que assessorou Dilma na Casa Civil e na eleição, afirma que por trás dos e-mails estava o especialista em marketing político digital Ravi Singh, que já trabalhou em mais de 600 disputas eleitorais pelo mundo.

A capacidade de Ravi de construir reputações, pela internet, lhe rendeu o apelido de “guru de campanhas” em publicações americanas. Com esse currículo exemplar, ele desembarcou com turbante e tudo para prestar consultoria ao candidato José Serra, em agosto de 2010. Sua estada no país durou, no entanto, cerca de um mês. Integrantes do staff tucano reclamaram, entre outras razões, de ele ter burocratizado o site da campanha, fazendo os visitantes preencherem extensos formulários. Graças a essa prática, segundo o livro – lançado na quinta-feira 15, Ravi montou um “gigantesco banco de e-mails”, usado pela campanha de Serra para disparar mensagens apócrifas contra Dilma. Pelo tamanho da repercussão na época, o guru mantinha muitos seguidores. 

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