A HORA DE PATRUS

Depois da alavancagem de Dilma, feita por Lula há duas semanas, agora será a vez de o ministro Patrus Ananias aproveitar a oportunidade para colocar-se no jogo da sucessão presidencial. Na quarta-feira 12, haverá uma grande solenidade em Brasília para comemorar os quatro anos de criação do Ministério do Desenvolvimento Social. A Pasta comandada por Patrus é o carro-chefe dos programas sociais que garantiram a reeleição e a popularidade de Lula.

Fome de bola

O deputado Otávio Leite não aceita a decisão da cúpula tucana de apoiar Fernando Gabeira para a Prefeitura do Rio. Leite quer ser o candidato. Seu argumento é futebolístico: “Partido político é igual time de futebol; se não entrar em campo, a torcida não lembra dele.”

Briga aérea

A Procuradoria-Geral da República vai apurar a troca de denúncias entre os sócios da VarigLog. O pedido de investigação foi feito pelos sócios brasileiros, que querem derrubar as denúncias do sócio chinês Lap Chan e responsabilizá-lo por denúncia vazia.

Teletemas

Algo em comum entre Roberto Marinho e Leonel Brizola: as organizações que ambos criaram lidam agora com ensino à distância. A Globo faz o Telecurso 2º Grau e o PDT começou a ministrar cursos superiores de ensino à distância na Universidade Leonel Brizola.

Presença incômoda

O presidente do Banco Regional de Brasília, Francisco Flavio Sales Barbosa, foi convidado a explicar ao governador José Roberto Arruda, do DF, o motivo das visitas à sede do banco do lobista Sérgio Sá, envolvido na Operação Navalha. Há registros de testemunhas de que essas visitas eram intensas nos últimos três meses.

Guerra fiscal

A decisão da Toyota de instalar sua segunda fábrica no Brasil virou um leilão fiscal entre os Estados. Primeiro, ela anunciou que se instalaria em Sorocaba (SP). Depois, assinou um protocolo de intenção com o governo da Bahia. Agora, abre negociação com o governo do Rio para se abrigar na cidade de Resende.

TOMA-LÁ-DÁ-CÁ COM M ARCO AURÉLIO, presidente do Tribunal Superior Eleitoral

ISTOÉ – O TSE examinará as contas do fundo partidário de todos os partidos?
Mello
– Sim. A Secretaria de Controle Externo vai fazer um exame linear nas contas de todos.

BRIGA DE MULHER

A bela deputada Manuela D’Ávila ganhou uma grande ajuda para a sua campanha à Prefeitura de Porto Alegre pelo PCdoB. Na quarta-feira 5, ela ficou bem ao lado de Lula, na foto com a bancada feminina em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Duas mulheres disputarão com ela. Maria do Rosário, petista como Lula, só conseguiu um lugar bem distante no canto esquerdo. Luciana Genro, do PSOL, nem apareceu para a foto.

Nomeação elétrica

O líder do PMDB no Senado, Waldir Raupp, conseguirá emplacar Antônio de Pádua na diretoria de construção da Eletrobrás. O martelo está batido, até porque ele tem também a chancela do ministro da Articulação Política, José Múcio Monteiro. O problema é que circula no setor elétrico que Pádua tem ligações com Dimas Toledo, aquele da famosa Lista de Furnas.

O começo da Finatec

Chegou à CPI das ONGs uma documentação que mostra que a Finatec, a fundação ligada à UnB, é enrolada desde o seu nascedouro. Entre 1999 e 2002, a Finatec, segundo a papelada, já era contratada para administrar coisas em nada relacionadas com o ensino superior, como borracharias e postos de gasolina em Ministérios e órgãos públicos.

Tensão democrática 1

O DEM anda de cabelo em pé. O partido está encontrando seriíssimas dificuldades de fechar alianças para as eleições de 2010. Mesmo com o PSDB. Depois da briga em São Paulo e no Rio, agora parece claro que ambos também não estarão juntos no Pará.

Tensão democrática 2

Valéria Franco era a aposta do DEM para a Prefeitura de Belém e contava com o apoio tucano. Esta semana ficou sabendo da intenção de Simão Jatene de disputar o cargo pelo PSDB. A situação se repete em todas as capitais e grandes cidades.

Irritação tributária

O governo deve botar as barbas de molho quanto à reforma tributária. O PMDB reunirá seu conselho político para discuti-la. Haverá pressões fortes para que o partido a rejeite. Nenhum governador do PMDB gostou da reforma.

 

RETRATOFALADO

As organizações de direitos humanos estão escandalizadas. E não é pelo hábito do novo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara se vestir sempre com bombachas gaúchas. Pompeo de Mattos é da chamada “bancada da bala”, que recebeu na sua campanha ajuda financeira da indústria de armamentos. O exótico deputado garante que a ajuda foi iniciativa dos empresários, e não pedida por ele.

“Não sou da bala. Quero priorizar na Comissão a ajuda aos deficientes físicos”

ISTOÉ – Os partidos terão de devolver dinheiro?
Mello – Desaprovadas as contas, haverá a perda do fundo no ano em que foi desaprovada. Não há espaço para despesas com festas.

ISTOÉ – Às vezes se aprovam as contas de partidos, mas “com ressalvas”.
Mello – Quando assumi o tribunal eu disse que não haveria o famoso drible, o jeitinho brasileiro.