Em Portugal, a greve geral marcada para esta quinta (24) provocou o cancelamento de 121 dos 140 voos programados pela TAP, a maior empresa do ramo no país. De acordo com informações da companhia aérea, 17 voos foram reprogramados. Pelo menos 80% dos passageiros receberam a informação com antecedência, segundo a TAP.

 

Especialistas disseram que os impactos da greve geral serão observados em todos os setores da sociedade e da economia de Portugal. Nos principais aeroportos do país, aderiram à paralisação os sindicatos que representam os trabalhadores de assistência em terra, os tripulantes de cabine e os que integram a comissão que faz o controle aéreo.

 

A greve geral foi convocada por todas as centrais sindicais de Portugal, depois que o governo anunciou um pacote com medidas de austeridade. Os sindicalistas temem os cortes de salários e o fim de benefícios, como os bônus concedidos no final do ano. As medidas de austeridade são uma exigência da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a concessão de empréstimo para o pagamento da dívida interna.

 

 

A agência de classificação financeira Fitch Ratings rebaixou a nota de Portugal em um nível, de BBB- para BB+, com perspectiva negativa. A agência informou que revisou as previsões de crescimento do país devido às perspectivas econômicas ruins da Europa. A Fitch prevê uma queda do PIB português de 3% em 2012.

 

Portugal se converteu em maio passado no terceiro país da Eurozona, depois da Grécia e da Irlanda, a receber um resgate da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional FMI).

 

O plano, de 78 bilhões de euros, destinado a refinanciar a dívida portuguesa, estava condicionado a um severo plano de cortes e reformas. A Fitch afirmou que a nota tem uma perspectiva negativa, o que significa que poderá ser rebaixada de novo por causa dos "grandes desequilíbrios fiscais, um alto endividamento em todos os setores e as perspectivas macroeconômicas adversas".

 

Fitch disse, além disso, que o compromisso do governo com as reformas exigidas em troca do resgate é forte, e espera que cumpra com o objetivo de reduzir o déficit a 5,9% do PIB este ano e a 4,5% no próximo.