Há dois anos, quando assumiu o mandato em lugar de Hildebrando Paschoal –, cassado por envolvimento em assassinatos com o uso da serra elétrica e tráfico de drogas – o deputado José Aleksandro (PSL-AC) já trazia uma folha de antecedentes, no mínimo, complicada. Formação de quadrilha, peculato, falsificação de documento, patrocínio da fuga de presos e apologia ao crime estavam em seu currículo. Todos esses delitos, segundo o Ministério Público, foram cometidos por ele. O procurador Geraldo Brindeiro enviou ao Supremo Tribunal Federal, na última semana, pedido para que a Câmara casse o mandato do parlamentar. Há duas semanas, o deputado esteve envolvido na fuga do irmão Alexandre, preso por assassinato. A principal prova de sua participação é a gravação do telefonema feito por Rosângela Lopes, sua cunhada, avisando-o de que a fuga tinha sido frustrada. Isso levou o procurador Marcus Vinicius Macedo a também pedir a cassação do parlamentar por quebra do decoro.

Parecer da Corregedoria da Câmara sugere cassar Aleksandro por apologia ao crime. O corregedor concluiu que, durante o seu programa semanal numa tevê local, o deputado estimulou o assassinato de autoridades do Acre. O envolvimento de Aleksandro com o crime é antigo. Há 11 anos, ele teria acobertado os irmãos Francisco e Alexandre, assassinos da amante do pai, que estava grávida. Eles foram condenados e Aleksandro poupado. Aleksandro nega todas as acusações e credita os pedidos de cassação à vingança dos procuradores denunciados por ele.