CHAMINE-FUMACA-INDUSTRIA.jpg

 

O diretor do departamento de Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, embaixador André Corrêa do Lago, disse nesta quarta-feira (23) que o segundo período de compromisso para cumprimento do Protocolo de Quioto precisa ser definido na 17ª Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-17). O encontro será realizado este mês em Durban, na África do Sul.

Durante coletiva de imprensa, Corrêa do Lago lembrou que o primeiro período de compromisso, estabelecido pelos países, foi de 2008 a 2012. “A questão do tempo é chave e, por isso, o segundo período de compromisso tem um valor específico”, explicou.

O embaixador explicou ainda a existência, neste momento, de uma espécie de negociação paralela em relação ao cumprimento do Protocolo de Quioto – sobretudo entre países ricos, que têm as metas como obrigatórias. “A grande dificuldade dos países desenvolvidos é que eles consideram que o mundo mudou de 1997 para cá e que a relevância dos países em desenvolvimento aumentou. Eles querem diminuir ao máximo essa diferença de obrigação.”

Segundo Corrêa do Lago, uma das estratégias sondadas por governos como Estados Unidos, Japão e Rússia é derrubar o Protocolo de Quioto e conseguir um novo acordo, que inclua também a participação de países como o Brasil. Caso o documento seja anulado, ele alertou para a possibilidade de que nunca mais se consiga um novo acordo – apenas avanços em compromissos voluntários.

“Todos dizem querer um resultado equilibrado em Durban. O que o Brasil considera equilibrado seria a aprovação do segundo período de compromisso que deve se estender até 2020, mesmo com um número menor de países”, disse. “Nenhum país quer sair do [Protocolo] de Quioto para fazer mais do que faria. Todo mundo quer fazer menos”, completou.