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O Prêmio Nobel da Paz de 2005 e candidato à Presidência do Egito, Mohamed El Baradei, classificou nesta quarta-feira (23) como  “massacre” os últimos acontecimentos registrados na Praça Tahrir, no Cairo. Nos últimos três dias, houve confrontos entre policiais e manifestantes contrários à Junta Militar que governa o país.  Pelo menos 33 pessoas morreram e mais de 2 mil ficaram feridas. “Gás lacrimogêneo e balas foram usados contra civis em Tahrir. É um massacre”, disse El Baradei.

O Conselho Supremo das Forças Armadas está no poder desde fevereiro, depois da renúncia do ex-presidente Hosni Mubarak. Nessa terça-feira (22), os militares confirmaram que serão realizadas eleições parlamentares no dia 28 e presidenciais até junho de 2012.

Porém, o clima de tensão ainda é intenso no Egito. O embaixador do Brasil no país, Antonio Melantonio Neto, disse que há reclamações dos civis em relação aos militares, que preservam vários privilégios em comparação aos demais funcionários públicos, como empréstimos para a compra de casas.

Desde a derrubada da monarquia em 1952, as Forças Armadas se mantêm por trás de todos os governos do país e controlam cerca de 20% a 40% da economia. O Exército pressionou pela renúncia de Mubarak quando percebeu que ele havia perdido apoio popular. Desde então, a maior autoridade do país é o Conselho Supremo das Forças Armadas.