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A hipótese de o vazamento do poço da Chevron no Campo de Frade ter sido provocado pela ruptura parcial do reservatório de petróleo vem sendo analisada de maneira sigilosa pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Ainda não há comprovação de que esse rompimento tenha ocorrido. Se for confirmado, porém, o vazamento poderá ter "proporções gigantescas", avalia a cúpula da agência.

A reserva quanto à divulgação da possibilidade se baseia na constatação de que, se o reservatório natural rompeu, não haverá meios de conter o vazamento com rapidez. A tentativa de contenção exigiria complexos trabalhos de engenharia, com equipamentos sofisticados operando a grandes profundidades. Nesse caso, o óleo tenderia a vazar na bacia petrolífera de Campos, onde fica o Campo de Frade, por tempo indeterminado, ainda que em pequenas quantidades.

O que se conhece até agora, divulgado pela companhia norte-americana Chevron, responsável pela exploração de Frade, é que o óleo vaza por uma brecha na parede do poço.

Segundo a companhia norte-americana, a parede se rompeu por causa da pressão exercida pela lama injetada no poço, procedimento habitual na exploração de petróleo. O petróleo alcançou a superfície após, a partir do buraco, percorrer o subsolo marinho até encontrar fraturas geológicas que propiciaram o contato com o oceano.

A questão que mais tem afligido os técnicos e diretores da agência é a suspeita de que a lama injetada no poço também pode ter causado rompimentos na estrutura do reservatório de petróleo, cujas paredes têm tamanhos, formatos e espessuras diferentes. Há trechos porosos, de material menos consistente, mais suscetíveis a rupturas nos abalos de terreno.

Dentro do reservatório – uma espécie de grande cisterna formada no decorrer de milhões de anos – fica o petróleo, extraído por poços artificiais perfurados pelas empresas exploradoras.

Licitações

O chefe do gabinete da ANP, Luiz Eduardo Duque Dutra, defendeu nesta quarta-feira (23) a retomada dos leilões de blocos exploratórios de petróleo. "É hora de retomar as licitações. É fundamental que realizemos a 11ª Rodada", afirmou o executivo, que participa de um seminário sobre o setor petroleiro no Rio de Janeiro.

Dutra lembrou que o governo suspendeu os leilões há três anos, depois da descoberta de mega reservas no pré-sal. Mas, agora, segundo ele, a ANP está preparada para voltar a leiloar blocos no País. O executivo avalia que se o Brasil não retomar as licitações, terá apenas 100 mil quilômetros licitados e explorados, "o menor nível da história do País", disse.