Formado no início dos anos 1960 por Keith Relf (vocais), Chris Dreja (guitarra), Paul Samwell-Smith (baixo) e Jim McCarty (bateria), o grupo inglês Yardbirds passou para a história do rock por ter abrigado em períodos distintos nada menos do que três heróis da guitarra: Eric Clapton, Jeff Beck e Jimmy Page. No ano passado, McCarty e Dreja lançaram no Exterior o álbum Birdland (Hellion Records), contendo oito clássicos da banda original além de sete músicas novas compostas em parceria com os novos membros, Gypie Mayo (guitarra), John Idan (baixo e vocais) e Alan Glen (gaita). O CD – que conta com participações como as dos guitarristas Slash, do Guns N’Roses, Brian May, do Queen, os virtuosos Steve Vai e Joe Satriani, e Jeff Beck – mantém o frescor das gravações realizadas há 35 anos, na era pré-digital.

Uma das características dos Yardbirds era a criação das rave-ups, trechos das canções nas quais todos os músicos improvisavam ao vivo, levando a platéia ao delírio. Mais tarde, a fórmula seria seguida pelo Led Zeppelin de Page e pelo Cream de Clapton. No período que antecedeu a chegada de Jimi Hendrix à Inglaterra, o quinteto foi considerado a única opção possível diante da hegemonia Beatles-Rolling Stones. Mesmo depois de seu fim, no final da década de 1960, os componentes voltaram a se reunir para gravar alguns discos até a morte de Relf, em 1976. Entre outras, Birdland traz

Train kept a rollin

’, que o grupo toca no filme

Blow-up – depois daquele beijo

, de Michelangelo Antonioni, e

For your love

, sucesso no Brasil na versão do conjunto mais popular da Jovem Guarda, Renato e seus Blue Caps, que rebatizou a música de

Vivo só

.