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Mas aonde exatamente os países latinos esperam chegar ouvindo os clamores bélicos do senhor Hugo Chávez? Em que estágio dessa marcha de insensatez será possível verificar um basta generalizado aos devaneios do líder venezuelano, para que se restabeleça a serenidade na geopolítica regional? Uma boa parte dos países sul-americanos – a começar por Brasil, Argentina, Chile e Uruguai – segue pela cartilha do equilíbrio político, até porque eles estão experimentando os benefícios dessa conduta. Mas, por incrível que possa parecer, as fanfarronices napoleônicas do senhor Chávez, no limite da irresponsabilidade, parecem falar mais alto – até por falta de resposta à altura diante de suas armações. Não há de se desconsiderar no episódio de invasão do espaço equatoriano pela Colômbia que a soberania de um país foi ferida. Mas também em nenhum momento da história tal situação – repetida inúmeras vezes mundo afora – provocou reações tão destemperadas. Tal qual um general ofendido pelo território ocupado, quase no papel de xerife continental, Chávez foi o primeiro a se manifestar – antes mesmo das autoridades do Equador – e de pronto ameaçou com uma guerra. A exemplo do boliviano Evo Morales lá atrás, que se deixou levar por Chávez, o equatoriano Rafael Correa achou de bom tom seguir a proposta de insurgência contra a harmonia do bloco latino e pela ação virulenta aos invasores. Deu-se a crise. De proporções descabidas, registre-se. De toda a história descortinam-se várias facetas: Venezuela e Equador, com suas respostas exacerbadas, parecem admitir dar guarida às Farc. Sabe-se que tal organização, não há como ignorar, é centrada em ações criminosas, do narcotráfico ao seqüestro de cidadãos, para financiar sua sobrevivência. E as Farc têm avançado com o marketing às avessas do senhor Chávez. A lição maior que os integrantes do continente devem tirar do episódio é o alerta de que não é mais possível fechar os olhos ao perigo que representa o líder venezuelano. Ele é capaz de colocar tudo a perder depois da longa trajetória de retomada democrática da região. O Brasil, que se proclama responsável pelo bloco, não pode vacilar. Serviria até a idéia de repisar o bordão adequadamente lançado pelo rei espanhol, Juan Carlos: “Por qué no te callas, Chávez?”