Um grupo de franceses quer tomar da Arquidiocese do Rio de Janeiro o direito de explorar o mais conhecido símbolo do País: o Cristo Redentor. São os herdeiros do escultor Paul Landowski, que executou a maquete do projeto criado pelo engenheiro e arquiteto brasileiro Heitor da Silva Costa (1873-1947). Após a inauguração da estátua, em 1931, Silva Costa doou seus direitos à Arquidiocese do Rio. Mas no ano passado os familiares de Landowski procuraram em seu país a Associação da Sociedade dos Autores nas Artes Gráficas e Plásticas (Adagp) para cobrar direitos de uso da imagem em projetos comerciais.

A polêmica foi levantada pela bisneta de Silva Costa, a cineasta Isabel Noronha.
Em seu curta Christo Redemptor ela esclarece com provas uma antiga polêmica:
o criador foi seu bisavô, e não o francês. Ao exibir seu filme na França, ela conheceu o produtor Lionel Lissot, que foi procurado pela Adagp para pagar direitos por ter usado a imagem na capa do CD Requiem W. A. Mozart. A cineasta o orientou a procurar o grupo carioca de advocacia Dannemann Siemsen. “Os documentos provam: Silva Costa é o autor”, garante Álvaro Oliveira, do escritório. A advogada
da Adagp no Brasil, Maria Luiza Egea, argumenta que a Lei brasileira nº 9.610/98 permite reproduções apenas em obras não comerciais. Muitos acreditam que
o Cristo é presente da França. É outro equívoco: os 2,4 mil contos de réis (R$ 6 milhões) gastos na construção foram arrecadados pela Arquidiocese. Aos 75 anos,
o monumento, candidato à lista das novas Sete Maravilhas, ganha mais uma polêmica. Do seu tamanho.


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