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AGITAÇÃO Shows da Mimo acontecem nas igrejas e nas praças de Olinda

A praça da Catedral de Havana, no centro histórico da capital cubana, é ponto turístico da cidade não só pela bem conservada construção barroca do século XVIII que lhe dá nome, mas, também, pela intensa movimentação de músicos cujo repertório inclui canções do Buena Vista Social Club. Esse grupo virou fenômeno mundial após o lançamento do disco homônimo, em 1997, e ganhou mais visibilidade ainda, dois anos depois, devido ao documentário feito pelo diretor alemão Wim Wenders.

Amadito Valdés e Barbarito Torres, dois remanescentes da banda, são as grandes atrações da Mostra Internacional de Música em Olinda (Mimo), que acontece nessa cidade histórica pernambucana a partir da quarta-feira 2. O local da apresentação não poderia ser mais adequado: a praça da Igreja do Carmo, que, como a da Catedral de Havana, se tornará uma atração também pela música. "Conheço e desfruto muito da música brasileira. Sou até membro internacional da União de Bateristas do Brasil", disse o percussionista Amadito Valdés à ISTOÉ, citando colegas brasileiros como Chico Batera. Para Valdés, "a música brasileira e a cubana são irmãs".

Balanço caribenho
 
 
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BARBARITO TORRES

O "rei do alaúde" integrou o grupo Afro Cuban All Stars, criado pelo cubano Juan de Marcos González, um dos idealizadores do Buena Vista

 

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AMADITO VALDÉS

O veterano percussionista cubano já lançou trabalhos solo como o CD "Bajando Gervasio", indicado ao Grammy em 2003

 

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TETÉ CATURLA

A cantora iniciou a carreira no famoso "Cuarteto d’Aida" e viajou o mundo com o grupo do qual Omara Portuondo também fazia parte

Na tentativa de dar continuidade ao sucesso alcançado pelo Buena Vista Social Club, Valdés e o alaudista Barbarito Torres têm chamado músicos da nova geração para rodar o mundo com eles. O cantor Mayito Rivera, ex-integrante da também tradicional banda de salsa Los Van Van, e a cantora Idania Valdés, que é filha de Amadito, são dois deles. Mas o show em Olinda também contará com outros nomes de peso, como é o caso da cantora Teresa García Caturla, a Teté . "Historicamente, a produção musical cubana sempre teve êxito internacional, mas com o Buena Vista ela chegou a lugares onde não nos conheciam", explicou Torres. O público estimado para essa apresentação é de cinco mil pessoas.

A marca da Mimo é sediar as apresentações de atrações nacionais e internacionais nas igrejas da cidade histórica. Nessa sexta edição, além do show dos músicos cubanos na praça, o festival se expandirá para outras duas cidades: Recife e João Pessoa, na Paraíba. "Essa expansão é um processo natural de amadurecimento. O projeto está se firmando no cenário nacional, mas esse crescimento não vai mudar seu conceito, que é o de promover um diálogo entre o erudito e o popular", explica a empresária Lu Araújo, idealizadora e diretora do festival. Outros destaques da programação são o quarteto de cordas russo St. Petersburg String Quartet, que vem ao Brasil exclusivamente para a mostra, e o violinista francês Didier Lockwood, num duo com o paulistano Ricardo Herz.