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A presidente Dilma Rousseff realizou na manhã desta quinta-feira (3) uma reunião de uma hora com os outros países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), antes de participar da abertura oficial da cúpula de chefes de Estado e de Governo dos países do G20, em Cannes, na França. Dilma está na cidade desde terça-feira, quando começou uma agenda de encontros bilaterais de preparação à cúpula.

Na quarta, a principal reunião aconteceu com o presidente chinês, Hu Jintao, porém o governo brasileiro não relatou o conteúdo da conversa. Nem Dilma nem os ministros que a acompanham – Guido Mantega, da Fazenda, e Antonio Patriota, das Relações Exteriores – se encontraram com a imprensa brasileira desde que as reuniões se iniciaram. Uma nota no blog oficial da presidente afirma que ela "compartilhou a posição do Brasil em defender uma solução para a crise financeira internacional com crescimento e manutenção de empregos". Mas o site não apresenta uma declaração de Dilma ou dos ministros após a realização das reuniões.

Hu Jintao deu uma coletiva de imprensa para os jornalistas chineses, na qual afirmou que conversou com Dilma sobre o reforço das relações comerciais entre os dois países. O foco das atenções dos chineses, entretanto, está na colaboração que o país poderá dar ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, criado pelos europeus para socorrer as economias em dificuldades na zona do euro.

A presidente brasileira ainda iria se encontrar, na manhã desta quinta, com o presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, mas a conversa teve de ser reprogramada. Durante a tarde, ela vai participar dos grupos de trabalho previstos na programação do G20.

A abertura do cúpula, formada pelas 20 maiores economias do paneta, acontece às 12h30 (9h30 em Brasília), sob o comando do presidente francês, Nicolas Sarkozy, anfitrião do evento. O anúncio de que a Grécia vai fazer um referendo para consultar a população sobre o plano de ajuda europeia acabou atrapalhando a agenda oficial do evento. Entre a noite de quarta e a manhã desta quinta, as lideranças europeias já se reuniram duas vezes, com a participação do Fundo Monetário Internacional, para debater as incertezas provocadas pela decisão do governo grego.

Na noite de quarta, após a primeira reunião, da qual esteve presente o primeiro-ministro grego, George Papandreou, Sarkozy e a chanceler alemã, Angela Merkel, endureceram o tom contra a Grécia e fizeram um ultimato ao país: o referendo não deve ser sobre a aceitação do plano de ajuda, mas sim sobre a permanência ou não da Grécia na zona do euro. "A Europa é muito importante para se brincar com as regras dela", afirmou o presidente francês, em coletiva de imprensa.