000_Par6610136.jpg 

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, perdeu nesta quarta-feira a apelação contra a sua extradição à Suécia, onde a Justiça investiga um suposto caso de abuso sexual envolvendo o ativista. A decisão foi tomada no Tribunal Superior de Londres, no Reino Unido, onde Assange mora há quase um ano.

Os advogados de Assange podem recorrer agora diante da Corte Suprema, a instância judicial máxima britânica. De acordo com o correspondente da BBC Dominic Casciani, a defesa do ativista irá apelar, movimento que precisa ser efetuado em até duas semanas.

Julian Assange ficou mundialmente conhecido após os vazamentos de documentos sigilosos sobre as guerras no Afeganistão e do Iraque através do site WikiLeaks. Em agosto de 2010, a Polícia da Suécia iniciou uma investigação que envolvia Assange em uma suspeita de abuso sexual a duas mulheres.

Em dezembro do mesmo ano, quando Assange se encontrava já no Reino Unido, a Suécia emitiu um mandado de busca do ativista. Desde então, Assange tem vivido uma batalha jurídica em Londres para impedir sua extradição a Estocolmo, onde a investigação do suposto crime de Assange prossegue.

Formalmente, não há ainda nenhuma acusação contra o fundador do WikiLeaks. Assange argumenta que as suspeitas são distorcidas e infundadas. Defensores do ativista, por sua vez, apontam que o caso seria uma armação contra seu trabalho frente ao WikiLeaks, sobretudo após a liberação de correspondências diplomáticas dos Estados Unidos.

A decisão em Londres foi anunciada pelos juízes John Thomas and Duncan Ousely. Os magistrados consideraram, perante Assange, que a decisão das autoridades suecas de emitir um mandato de busca europeu "não poderia ser considerado desproporcional", acrescentando que se trata, "evidentemente, de um caso que envolve uma ofensa nada trivial, mas ofensas sexuais graves".

Jornalistas presentes no Tribunal informavam que o local estava tomado por uma multidão. A rede CNN adiantou que uma passeata por "Libertem Assange" ("Free Assange") já estaria programada para esta quarta-feira em frente ao Tribunal londrino.