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O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta quinta-feira (27), por unanimidade, a resolução que põe fim à autorização para o uso de forças militares na Líbia. A decisão foi tomada apesar dos pedidos do governo de transição líbio para que a missão fosse prolongada por mais um mês.

O Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio pediu na terça (25) a permanência da missão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Líbia pelo menos "até ao fim do ano". As autoridades líbias argumentaram que com a morte de Muamar Kadhafi, ex-presidente líbio morto no último dia 20, cidadãos leais a ele ameaçam a ordem no país.

Desde março, as tropas estrangeiras da Otan estão na Líbia sob a liderança dos norte-americanos. Os militares diziam que a missão deles era proteger os civis ameaçados pelas forças de Kadhafi. No entanto, há relatos de bombardeios e troca de tiros constantes. O governo da presidenta Dilma Rousseff se absteve de apoiar a intervenção militar na Líbia. Para as autoridades brasileiras, o ideal é buscar a via pacífica por meio do diálogo e da negociação.

Morte de Kadhafi

A nova liderança líbia determinou nesta quinta-feira que encaminhará à justiça os assassinos do ex-presidente Muamar Kadhafi, morto em circunstâncias ainda não esclarecidas, após ser capturado vivo. Esta é uma resposta aos apelos internacionais para abertura de uma investigação.

"Nós já abrimos uma investigação. Determinamos um código de ética em relação ao tratamento dado aos prisioneiros de guerra. Tenho certeza de que este foi um ato individual e não uma ação revolucionária ou do exército nacional", declarou o vice-presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), Abdel Hafiz Ghoga.

"O responsável (pela morte de Kadhafi), quem quer que seja, será julgado e receberá o que for justo", assegurou Ghoga. As circunstâncias da morte de Muammar Kadhafi continuam obscuras, o novo poder líbio defende desde o início a tese de que a morte aconteceu durante uma troca de tiros, enquanto várias fontes dizem que houve uma execução sumária.

O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, criticou nesta quinta-feira as imagens "repugnantes" da morte de Muammar Kadhafi exibidas pela imprensa internacional, informaram agências de notícias russas. "Toda a família de Kadhafi foi destruída, seu cadáver foi exibido em todos os canais internacionais: é impossível olhar isso sem ficar enojado. O que significa tudo isso?!", disse. "Ele estava todo ensanguentado, ferido, ainda vivo, depois finalizado (…) e nós exibimos tudo isso nas telas", prosseguiu Putin. "Milhões de pessoas viram estas imagens, inclusive crianças, isto não é desenho animado (…)  Isto não traz nada de bom", acrescentou.