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DE OLHO EM 2010 Aliança ajuda a imagem dos tucanos

Ao tomar a palavra, na reunião realizada na manhã da segunda- feira 3 entre políticos cariocas do PV, PPS e PSDB, o deputado federal Fernando Gabeira disse exatamente o que os 40 presentes queriam ouvir: “Coloco meu nome à disposição para disputar a Prefeitura do Rio.” Surgia naquele momento, em plena sede tucana, no centro da cidade, a principal novidade da corrida à sucessão de Cesar Maia. “Fiquei muito tempo ligado nas questões nacionais e internacionais. Agora, quero dar minha cota de esforço pela recuperação da cidade”, justificou-se o deputado, que, por tabela, também eleva, com sua sólida candidatura, um pouco o prestígio que o Partido Verde vem perdendo entre eleitores e militantes. A tríplice aliança deverá ser confirmada nos próximos dias. A entrada de Gabeira em cena sacode uma campanha que é marcada pela mesmice desde que o atual prefeito construiu sua hegemonia eleitoral, há 15 anos. “Ele vai elevar a qualidade do debate”, avalia o cientista político Geraldo Tadeu, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS). Para o prefeito, a entrada do deputado do PV na disputa também poderá dar um tom de “esquerdização” na imagem do PSDB com vistas às eleições presidenciais de 2010. Isso favoreceria uma possível candidatura de José Serra. “Não poderia ter sido mais adequado para aquele grupo do PSDB de São Paulo”, escreveu Cesar Mais em seu blog.

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Antes de se decidir pela candidatura, Gabeira tinha sérias dúvidas. Não sabia se era possível fazer uma campanha sem esbarrar em expedientes viciados, como os identificados no caso do Mensalão. Só aceitou concorrer depois de apresentar uma lista de exigências, entre as quais mostrar suas contas de campanha na internet e não aceitar indicações políticas para cargos no governo, caso vença a eleição. Quanto às chances de ganhar, o próprio Gabeira não arrisca palpite. “Ainda não avaliei desse ponto de vista”, diz. Na pesquisa realizada pelo IBPS, Gabeira aparece em sexto lugar, com meros 5,5% de intenção de voto. Por conta da defesa de temas polêmicos, como a união civil de homossexuais e a descriminalização da maconha, ele tem a terceira maior rejeição no levantamento do instituto. “Nesse momento, o deputado não parece ter boas chances”, avalia Geraldo Tadeu. A corrida, no entanto, está apenas começando, já que 90,5% dos pesquisados ainda não fizeram sua escolha. Desde já, o aparecimento de um candidato que não teme ser sincero com o eleitor e para quem o fisiologismo deve ser banido da política é um fato a ser saudado pelos cariocas.

A desistência de Montes

O apresentador e deputado estadual Wagner Montes (PDT), que liderava as pesquisas de intenção de votos para prefeito do Rio, desistiu da disputa. A renúncia favorece o senador Marcelo Crivella (PRB), mas Montes disse que não recebeu nenhuma pressão. “Crivella nunca me procurou”, garantiu o deputado. O fato é que, com a saída de Montes, o senador assumiu a liderança na pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS), com 18%.

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