Com relação à reportagem “Dúvida no ar” (ISTOÉ 1740), gostaria de complementar o assunto com uma observação que fiz e não foi inserida pela repórter: a fiscalização da qualidade de medicamentos deveria ser complementada pela vigilância dos efeitos globais, incluindo a taxa de falhas terapêuticas. Muitas coisas melhoraram bastante sob o atual sistema adotado pela Anvisa na fiscalização das indústrias, incluindo a exigência de provas de bioequivalência, mas ainda existem muitos
outros fenômenos que afetam os resultados finais do uso de um medicamento que não estão sendo analisados. Entre estes, cito:
isomeria dos fármacos usados na produção, erros de profissionais de saúde, má adesão ao tratamento pelo paciente e problemas diversos
nos pontos-de-venda. Dessa forma, a denúncia de casos isolados de falha no uso de cópias de medicamentos assume características de especulação, pois não há dados epidemiológicos para que se possa chegar a conclusões sólidas, criando uma discussão estéril que assusta a população e pode piorar ainda mais os resultados globais do uso de genéricos. Por outro lado, o número de reclamações de médicos e usuários de genéricos e similares tem sido alto, exigindo providências urgentes. Estamos sob o risco de colocar a saúde de nossos pacientes em perigo e, de uma forma ou de outra, prejudicar a política de genéricos, que é muito necessária para a nossa população.
Wilson Follador, MSc, PhD
Pharma Value Consultoria
São Paulo – SP

Adorei o artigo sobre os genéricos que não têm o mesmo efeito dos de marca, pois não devem ter o mesmo controle de qualidade. Ainda pior acho “os falsos médicos”, isto é , os balconistas das farmácias. Pelo menos aqui no Recife, trocam as nossas receitas por remédios que eles ganham bônus, modificam as dosagens e se dão ao luxo de trocar até a droga prescrita por nós, que somos os únicos de acordo com o CFM que podem medicar pois é “Ato médico”. A Anvisa não faz nada contra esses cidadãos, que além de lesar o consumidor podem estar causando graves efeitos na saúde dos que são enganados. Eles usam o jargão “é o mesmo remédio, além disso é mais barato”.
Kátia Rejane Almeida Marroquim
Médica da UFPE e do Ministério da Saúde
Recife – PE

Como participante da CPI dos Medicamentos da Câmara dos Deputados pude comemorar uma grande vitória que o Brasil teve, encurralando indústrias de medicamentos nacionais e multinacionais a liberarem a estrada para os genéricos serem implantados no Brasil. Felizmente 30% do mercado de medicamentos foram naturalmente tomados pelos genéricos, remédios mais baratos e eficazes como os de marca. Ruim para a ganância dos que jogam contra a saúde do povo brasileiro. Muito ruim a posição assumida pela revista ISTO É. Mas dá para entender…
Vicente Caropreso
Médico Neurologista e
Ex-Deputado Federal PSDB/SC
Jaraguá do Sul – SC