1 Em 1993, o apartamento do 13º andar de um elegante prédio da zona nobre de Salvador caiu na malha da CPI do Orçamento. O telefone do morador, o então deputado Genebaldo Correia, foi posto sob escuta legal. O morador do andar de baixo, o insuspeito deputado Jutahy Magalhães Junior, então ministro da Ação Social do governo Itamar,
ficou desconfiado – e suspeitou que alguém poderia aproveitar a
brecha. Mandou vistoriar a caixa central de telefones e descobriu um grampo. O governador da Bahia era ACM.

Inconfidências baianas 2

Na época em que telefone não era tão fácil, os políticos trocavam confidências por carta. Em 1969, o vice-governador da Bahia, Jutahy Magalhães (pai do deputado Jutahy Junior), resolveu discutir com o pai, Juracy, a estratégia para a sucessão estadual de 1970. Jutahy, em Salvador, botou tudo numa carta e mandou para o pai, que estava
no Rio de Janeiro, por um emissário seguro – o finado deputado Sacramento Neto. Antes de viajar, o deputado abriu o envelope,
fez uma cópia e entregou a ACM.

Pendengas milionárias

Para negociar sua participação acionária no Banco Sudameris do
Brasil, o italiano Banca Intesa terá que acertar o pagamento de
dívidas, cobradas na Justiça, pelos acionistas minoritários, com o
BNDES e a Sauer Indústrias Mecânicas. A brigalhada judicial pode
atingir mais de US$ 500 milhões.

Rápidas

• O governo argentino resolveu se descolar do Mercosul e
surpreender a diplomacia brasileira com uma declaração de
apoio à guerra dos EUA contra o Iraque.

• O ex-presidente do BNDES Pio Borges, que tanto atuou nas privatizações, agora é lobista da privatizada Eletropaulo. Que
está inadimplente com o BNDES.

• ACM procura seu colega no comando do PFL, o senador Marco
Maciel. Quer uma declaração a seu favor do cacique pernambu-
cano. Que ainda procura uma “luz interior”.

• Nos oito anos de mandato de FHC, mais da metade dos
R$ 52 bilhões em gastos federais sujeitos à licitação foi entre-
gue a empresas e fornecedores sem concorrência.