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 A prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano foi criticada por professores por ser muito extensa. Apesar da ênfase na interpretação, característica da seleção, há quem diga que houve exagero na contextualização das questões, dificultando os candidatos na administração do tempo para resolver as 90 questões. O professor de Matemática do cursinho da Poli, Eduardo Izidoro Costa, comentou que o exame deste ano exigiu menos conhecimento de conteúdos, dando destaque para a excessiva explicação dos contextos, deixando a prova "meio bobinha".

"A necessidade de contextualização fez com que a prova ficasse muito mais ilustrada do que aplicada. Entendo que a matemática tem que estar no dia a dia, mas não sei precisa de tanta historinha para fazer uma pergunta. Precisa contar toda uma história sobre o beija-flor, por exemplo, para questionar o volume de um recipiente? Isso deixa a prova muito cansativa e prejudica o candidato, que tem que ler muito, interpretar para chegar até o que realmente importa na questão. Até poderia haver algumas questões assim, mas não todas, é um exagero", opina Costa.

O professor de Matemática do cursinho Objetivo, Gregório Krikorian, concorda que com a extensão dos enunciados o tempo fica curto para responder todas as questões. Em relação às questões matemáticas, ele disse que, apesar de boa parte da parte não exigir cálculos, os estudantes precisavam saber interpretar gráficos e tabelas.

Até mesmo na área de Português, os textos longos foram apontados como um problema. O professor Claudio Rosa Lopes, do Cursinho da Poli, afirmou que, em comparação aos outros anos, esta prova foi mais cansativa. "A quantidade de questões é muito extensa e elas exigem muita interpretação, o que deixa o exame muito desgastante", destaca.

Abstenção

Pouco mais de 26% dos 5,3 milhões de inscritos no Enem de 2011 – o que corresponde a cerca de 1,4 milhão de candidatos – não compareceram nos dois dias de prova neste fim de semana. O índice médio de abstenção nesta edição foi ligeiramente inferior ao registrado no ano passado, quando 27,6% dos candidatos faltaram.

Recorde de inscritos

Mais de 5 milhões de candidatos se inscreveram para participar da maior edição do Enem desde a sua criação, em 1998. No sábado, primeiro dia do exame, os candidatos responderam a questões de Ciências Humanas e da Natureza. A partir do resultado da prova do Enem, os alunos se inscrevem no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e podem pleitear vagas em instituições públicas de todo o País. A participação no Enem também é pré-requisito para os estudantes interessados em uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni). Os benefícios são distribuídos a partir do desempenho do candidato no exame e podem ser integrais ou parciais, dependendo da renda da família. Para participar do programa é preciso ter cursado todo o Ensino Médio na rede pública.

Em 2012 a prova terá duas edições, uma no primeiro semestre e outra no segundo. A primeira edição do ano que vem já está confirmada para os dias 28 e 29 de abril. A data da segunda edição ainda não foi definida em função das eleições municipais, que ocorrerão em outubro, mês de aplicação do Enem 2011.