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Fenômeno: 31 obras e 15 milhões de exemplares vendidos em dez anos
 

Meg Cabot, a autora das séries que se tornaram bestsellers "O Diário da Princesa" e "A Mediadora", chega ao Brasil no dia 10 de setembro, para a Bienal do Rio de Janeiro, para lançar os livros "Princesa para Sempre", o último da série, e o segundo da sequência "Avalon High: A Coroação – A Profecia de Merlin", pela editora Record.

Em apenas dez anos, a escritora americana de 42 anos publicou mais de 30 livros e vendeu 15 milhões de exemplares no mundo – 800 mil no Brasil. Em entrevista à ISTOÉ, Meg, que mora com o marido em Nova York, mostra a importância da feminilidade e da independência da mulher e conta como os seus dramas pessoais influenciaram a sua literatura romântica.

ISTOÉ – Como explica o sucesso dos seus livros?
Meg Cabot
– Eu simplesmente tento escrever do jeito que falo. Utilizei lembranças da minha adolescência, dos diários que escrevia e dos meus sonhos e desejos da época. Não imaginava que meus livros fariam tanto sucesso. Escrevo por prazer e não há nada melhor do que ser paga para fazer aquilo que amo. É a melhor vida que eu poderia ter.

 

ISTOÉ – A literatura romântica é vista com reservas por muitas pessoas, inclusive por mulheres. O que pensa disso?
Meg
– As pessoas pensam que heróis são irreais e que as mulheres não deveriam sonhar com o homem perfeito, porque eles não existem. Não é bem assim. As mulheres podem achar um cara legal, engraçado e que as trate bem. As garotas que leem romances são mais cultas e felizes do que as demais. É importante manter a esperança. Eu tive uma infância muito triste, meu pai era alcoólatra e o meu irmão mais novo fugiu de casa. Pensava que nada iria melhorar, tive pensamentos suicidas por um tempo. Os livros me salvaram. Sou a prova da importância de acreditar nos sonhos.

ISTOÉ – Em "O Diário da Princesa", você construiu um tipo diferente de heroína. Uma garota desastrada que decide reinar sem o príncipe encantado. A personagem é uma nova feminista?
Meg
– Ainda existem garotas do tipo princesas tradicionais, que aguardam o príncipe ideal. Gosto da ideia. Mesmo nos dias de hoje, as mulheres ainda querem um amor e uma roupa bonita, não acho que vamos nos afastar disso. Mas a diferença é que o romance não significa a dependência de um homem, principalmente financeira. Eu fui a primeira na minha família a ganhar dinheiro. Queria fazer um livro em que a princesa comandasse a sua própria vida. No final, a personagem Mia encontra um parceiro fixo, mas ela cuida de si mesma. E ele cuida dele mesmo. É o modelo de mulher que considero ideal.

ISTOÉ – Ao contrário do estilo conto de fadas, em "A Mediadora", você optou por uma criança que se comunica com espíritos. O que a inspirou?
Meg
– Depois que meu pai morreu, eu e o meu irmão tínhamos a impressão de que o víamos. Eu achava que éramos bem estranhos, do tipo "eu vejo os mortos".

ISTOÉ – Como você decide que as séries devem terminar?
Meg
– Tenho a imagem do fim da história desde o início. No último volume de "O Diário da Princesa", Mia completa 18 anos, conclui o ensino médio e se torna independente. Nunca pensei na história depois disso. Recebi muitas cartas pedindo a continuação, talvez faça mais adiante. A dificuldade é que, quando construímos uma nova história, temos que pensar num novo conflito. Não quero nada do tipo "ela terá que terminar com o namorado", prefiro partir para um outro livro. Espero que os meus leitores se empolguem com meus novos personagens

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