Milhões de pessoas assistirão na quarta-feira 26, ao show da banda britânica Coldplay que será realizado na Plaza de Toros de Las Ventas, em Madri. A arena das touradas espanholas não tem uma capacidade extraordinária para acomodar os fãs e a televisão não vai exibir o evento em rede mundial. Na verdade, a maior parte do público estará diante de um computador, enquanto acompanha ao vivo a transmissão pelo YouTube, canal de vídeos do Google. Não se trata de um caso isolado. Em setembro, os shows do Rock in Rio foram vistos, também na tela de um computador, por nove milhões de pessoas espalhadas por diversos lugares do mundo. O fenômeno não se restringe ao universo musical. Na semana passada, 18 milhões de brasileiros assistiram, por meio do portal Terra, às performances dos atletas do País nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, o que representou um acréscimo de 23% na audiência média do site. O que significa tudo isso? Segundo especialistas, a internet está se transformando em uma ameaça real para a televisão.

“Na tevê, a decisão do que transmitir é do veículo, enquanto a internet leva essa escolha para o usuário”, afirma Paulo Castro, diretor-geral do Terra. Dono dos direitos de exibição do Pan na web (o portal não revela quanto pagou pelo evento), o Terra coloca no ar 13 canais simultâneos que exibem competições diferentes. A iniciativa consumiu investimentos superiores a R$ 200 milhões. Por enquanto, o retorno financeiro das transmissões é incerto. “Em alcance de pessoas, a tevê é duas vezes maior que a internet, mas em publicidade é dez vezes superior”, afirma Castro. O potencial de crescimento desse mercado é imenso. Em 2010, os anúncios em vídeos online geraram US$ 1,4 bilhão. Em 2015, projeções indicam um faturamento de US$ 5,2 bilhões. “A web vem absorvendo orçamentos antes destinados a outros meios”, diz Paulo Camossa Júnior, diretor-geral de mídia da AlmapBBDO.

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