Na maioria dos casos um casamento é, inevitavelmente, uma rotina. E enquanto algumas pessoas se sentem confortáveis com a estabilidade, outras podem se ver em uma situação de insatisfação e infelicidade — e identificar isso pode ser um desafio.

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Segundo a terapeuta familiar Marni Feuerman, muitos casamentos sofrem com problemas de comunicação, mudança de objetivos individuais e brigas constantes. Mas estar em um relacionamento infeliz não significa que ele precisa acabar. Se ambas as partes estiverem dispostas a trabalhar na união, há esperança.

O desejo mútuo de “consertar” o casamento é a chave, e muitas vezes o acompanhamento profissional é necessário para descobrir os pontos que precisam de melhoria. Dessa forma, obtém-se uma nova oportunidade de felicidade, seja com seu(ua) parceiro(a), uma pessoa nova ou sozinha. A parte mais trabalhosa é descobrir se você está passando por uma fase difícil ou se seu casamento é, de fato, infeliz. Entenda com informações da “Women’s Health”.

Vocês não fazem mais sexo

A libido de cada pessoa funciona de forma diferente, mas se você e seu(ua) parceiro(a) foram de sexo cinco vezes por semana para uma vez a cada dois meses, existe a possibilidade de pelo menos um de vocês estar se sentindo rejeitado(a). “O que torna o casamento romântico é a combinação de intimidade física e emocional reservada apenas para vocês dois”, explica Marni.

Você fantasia com divórcio

Imaginar-se solteira ou em um relacionamento com outra pessoa esporadicamente nem sempre é preocupante. No entanto, fantasiar constantemente com o divórcio ou com estar com outra pessoa pode ser um sinal de que você não está mais atraída pelas qualidades que um dia valorizou em quem casou. E se a ideia de uma vida sem ele(a) soa tranquila, você provavelmente não quer mais ter uma vida a dois com essa pessoa. 

Vocês minimizam as preocupações um do outro

Marni explica que, algumas vezes, nos casamentos infelizes, um parceiro pensa que é superior e negligencia os sentimentos de seu cônjuge — o que destrói a ideia de parceria que envolve a união. 

Se você está constantemente competindo pela vantagem nas discussões com seu cônjuge, uma opção é consultar-se individualmente com um psicólogo e descobrir por que não vê valor no que seu(ua) parceiro(a) tem a dizer (ou vice-versa) e como isso pode afetar seu casamento.

Você se sente sozinha

Mesmo estando fisicamente junto de seu cônjuge, você sente que está sozinha, pois ele(a) se interessa mais pelo celular ou qualquer outra coisa que não seja um tempo de qualidade a dois.

Não há mais diversão

A conexão entre duas pessoas pode estar ligada ao humor. Com o cotidiano e as desavenças que acompanham a união estável, é importante encontrar momentos de leveza. Se você e seu(ua) parceiro(a) não conseguem mais rir juntos, vocês podem precisar de ajuda.

A outra pessoa não é mais sua confidente

Embora você não precise compartilhar absolutamente tudo com seu cônjuge, reflita se, em outros tempos, ele(a) não seria a primeira pessoa com quem compartilharia alguns acontecimentos. Se você se pegar dando mais detalhes de sua vida à sua vizinha do que à pessoa com quem se casou, pode ter problemas de confiança para resolver.

Você se sente negligenciada

Se você se sente abandonada e machucada, Marni aconselha que explore isso com mais afinco. Você pode entender o que está te fazendo sentir deixada de lado por seu(ua) parceiro(a) e explicá-lo(a) quais de suas ações te deixam chateada. Você pode precisar da ajuda de um terapeuta de casais se a outra pessoa não vir um problema em sua solidão, ou se ela admitir que está se distanciando do casamento de propósito.

Tudo te irrita

Tudo o que seu(ua) parceiro(a) faz te irrita: como ele(a) mastiga, como fala, como dobra as roupas e até como toma banho. Se esse é o caso, a terapeuta indica que a forma como você enxerga seu cônjuge está mudando, e nesses casos, ela explica, “existe algo mais profundo e individual acontecendo”. (Ou seja, é um problema seu). 

Nesses casos, as sessões individuais que complementam a terapia de casal podem fazer a diferença. Você pode usá-la para entender por que de repente está revirando os olhos a cada movimento.

Houve traição

Mesmo que vocês acreditassem ser possível seguir em frente após uma traição, a pessoa traída ainda pode estar cultivando ressentimentos, e a dor de feridas mal curadas pode se manifestar de diversas formas — por exemplo, recriminando o(a) parceiro(a) por algo que supostamente perdoou e tendo muita dificuldade para confiar nele(a) novamente. 

A especialista indica que não é preciso esquecer que a traição aconteceu, mas se vocês não conseguem superá-la, talvez seja necessário admitir que o relacionamento está infeliz e discutir como obter ajuda ou como se separar. 

Ele(a) mantém segredos

Você pode estar suspeitando que seu(ua) parceiro(a) tem um relacionamento extraconjugal ou que está mentindo quando ele(a) para de te dar detalhes sobre seu dia ou quando as histórias que ele(a) conta sobre onde estava não parecem fazer sentido. 

“Um cônjuge sendo vago para encobrir um caso ou situações de abuso de substâncias é um fator de estresse muito comum no relacionamento que, se não for abordado, pode fazer com que vocês se separem”, alerta Marni.

Suas conversas viram discussões

Segundo a terapeuta, muitos casais enxergam as discussões como “acontecimentos normais” quando, na verdade, elas são sinais de que eles não estão alinhados. 

Em vez de minimizar a importância de suas brigas, entenda sobre o que vocês estão discutindo e com que frequência usa os mesmos argumentos. Você pode descobrir que você e seu cônjuge não estão passando pelo que você acha que são as “fases” ​​​​do casamento, e sim que não são mais adequados um para o outro. 

Ou vocês nem discutem mais

A repressão de sentimentos pode criar uma espécie de “Guerra Fria” dentro de casa. Muitas discussões são preocupantes, mas não ter nenhuma pode significar que vocês acham que não há nada pelo que valha a pena lutar em seu relacionamento.

A solução é encontrar um método diferente para a resolução de conflitos, como escrever para seu(ua) parceiro(a) sobre o que sente, ao invés de nutrir sentimentos de raiva ou indiferença. Se nada funcionar, é hora de levar seus problemas a um profissional.

Você não consegue se comprometer

Nem todos se adaptam à monogamia, e esse pode ser o seu caso. É comum que, estando em um relacionamento infeliz, uma pessoa se sinta presa. Marni revela que trabalha com muitos clientes que, posteriormente ao casamento, perceberam que essa união não se alinha a seus valores pessoais. 

Se esse é o seu caso, converse com a pessoa com quem se casou e discuta as opções: divórcio, casamento aberto, poliamor… o que funcionar para vocês.

Você se sente sob o microscópio

Críticas construtivas esporádicas são importantes e inevitáveis, mas ser criticada a todo momento pode te levar a sentir que você não faz nada certo — o que frequentemente é um caminho para a falta de cuidado e carinho. Um relacionamento funciona quando você é aceita da forma que é, e quando isso para de acontecer, significa que tem um problema.

Ele(a) está sempre na defensiva

Um cônjuge que se recusa a entender suas preocupações ou se desculpar por como te fez sentir é frustrante porque a defensiva é um grande obstáculo para consertar um relacionamento.

Um casamento de sucesso requer que, algumas vezes, você simplesmente escute com atenção e empatia, e se você não faz isso ou não sente que seu(ua) parceiro(a) o faz, é hora de tomar uma atitude.

Você se sente mais atraída por outras pessoas

Estando casada, você ainda pode achar outras pessoas atraentes, mas frequentemente fantasiar com traição, flertar com outras pessoas ou passar tempo com alguém de uma forma que faria você se sentir culpada se seu(ua) parceiro(a) descobrisse, significa que está se distanciando do casamento. Existe a chance de você estar procurando em outras pessoas por algo que falta em seu relacionamento.

Suas prioridades são diferentes

Você pode querer filhos e seu cônjuge não. Ou talvez veja o casamento como uma forma de aprofundar um relacionamento com outra pessoa, e seu cônjuge sentiu que dizer “sim” era importante para intuitos patrimoniais.

Se vocês estão juntos por motivos diferentes, é possível que essas crenças opostas criem uma barreira. E se você não conseguir encontrar um meio-termo, talvez precise encontrar outras pessoas cujos objetivos reflitam os seus.

É possível reviver um casamento infeliz?

Sim, é possível, mas muito trabalho individual é necessário. Uma pessoa não pode apontar o dedo e culpar seu cônjuge por tudo, ambas as partes precisam reconhecer os erros que cometeram. Se isso for possível, vale a pena lutar pelo casamento

E o trabalho pode envolver questões profundas: Você ama a outra pessoa? Vocês conseguem ouvir um ao outro e manter conversas desconfortáveis? Vocês conseguem mostrar vulnerabilidade? E o mais importante: Você ainda quer estar casada? “Você não pode dizer a alguém ‘Você precisa mudar A, B, C e D’ porque isso honestamente não funciona. Você tem que estar disposta a olhar para si mesma”, explica a terapeuta familiar Tracy Ross.

A especialista revela que frequentemente atende casais infelizes nos quais um não tem tempo para o outro. Se esse é o seu caso, Tracy tem algumas dicas:

1. Tenha a intenção de arrumar tempo para seu cônjuge: “Quando vocês tiverem um tempo juntos, pratiquem a curiosidade um pelo outro. Não presuma que você sabe tudo sobre o que essa pessoa está pensando, fazendo ou sentindo”, aconselha. Isso não precisa tomar muito tempo: vocês podem fazer check-ins de cinco minutos ao longo do dia.

2. Não confie em outras pessoas para preencher suas necessidades emocionais: “Se outra pessoa é sua âncora emocional – se há um terceiro no relacionamento – você tem que cortar isso”, alerta Tracy.

3. Divirtam-se um com o outro: Diversão de verdade, não resolver coisas de casa, como ir ao mercado. Torne o momento leve, divertido e prazeroso. A especialista aconselha seus clientes a darem uma chance a algo que somente a outra pessoa quer fazer, e ver onde isso leva.

Se a hora do divórcio realmente tiver chegado…

Saiba que alguns casamentos não valem a pena serem salvos — principalmente os abusivos. “Você não pode consertar outra pessoa”, diz Tracy. “Não é sua culpa”. 

Se você está em um casamento abusivo, você pode notar uma mudança em si mesma. Ficar nervosa e sentir-se insegura sobre seu relacionamento, além de evitar amigos por medo de que eles percebam algo. A mudança pode até mesmo se manifestar fisicamente, com mudanças de apetite ou falta de sono.

Reconhecer que você está em um relacionamento abusivo pode ser difícil, porque o abuso pode ser evidente e sutil. Tracy recomenda que você tenha uma pessoa de confiança a quem recorrer quando não souber se o que você está passando é aceitável. “Quando você está sozinha, você realmente não tem como saber se algo é aceitável”, explica. Ela também sugere manter uma lista privada de momentos que tenham te deixado desconfiada e refletir sobre os comportamentos de seu(ua) parceiro(a). A “vergonha de admitir [o que está errado] impede que muitas pessoas obtenham ajuda”, finaliza.

Se você está passando por dificuldades em seu casamento, a terapia de casais sempre é uma boa opção, mas se você acredita estar sofrendo algum tipo de violência, não hesite em denunciar através do telefone 180 – Central de Atendimento à Mulher.