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PERNAS PARA O AR
Claudia com os atores Jarbas de Melo e Guilherme Magom: figurino de 150 peças

A vida é um cabaré, cantava Liza Minelli no clássico filme musical de Bob Fosse, ganhador de oito Oscar. Quem vai entoar esse refrão agora, enquanto lança ao ar um par de pernas cuidadas por muito treino e apólices de seguro, é a atriz Claudia Raia, uma especialista em comédias musicais. Para comemorar três décadas de teatro, ela estrela “Cabaret” (Teatro Procópio Ferreira, São Paulo, a partir da sexta-feira 28), espetáculo que fez sucesso no cinema mas foi feito originalmente para os palcos há exatamente 45 anos. Claudia garante, contudo, que não viverá a mesma menina boazinha retratada nas telas: “A Liza fazia uma personagem mais light, uma cantora de cabaré. Mas no musical, a protagonista é uma prostituta viciada em gim e totalmente alienada. Embora moleca em muitos momentos, tem uma curva dramática mais acentuada”, diz a atriz de 44 anos e que há três meses “ensaia sem parar”. “São oito horas por dia. É sempre um período muito duro, completado com aulas de canto, balé e treino aeróbico.”

Para encarnar Sally Bowles, personagem principal dessa trama sobre a vida boêmia de Berlim nos anos 1930, a atriz assistiu a diversas montagens do espetáculo pelo mundo. “Londres, Nova York, Buenos Aires… Já o filme, eu vi umas 30 vezes”, afirma Claudia, que se julga preparada para o papel “a vida toda” – ela recusou o convite para estrelar a primeira montagem do espetáculo em 1989 devido a problemas na agenda. Agora, amparada por uma orquestra de 14 músicos, um elenco de 21 atores e um figurino de 150 peças, ela encara “Cabaret” como uma redenção do gênero musical no País. “Comecei a fazer musicais numa época em que esse tipo de espetáculo ainda não estava na moda. Havia uma ou outra montagem”, lembra a atriz, que estreou nos palcos aos 16 anos, justamente com “A Chorus Line”. Coprodutora do show, ela se cercou dos melhores profissionais para garantir uma produção de acabamento impecável. A adaptação brasileira das músicas e do texto originalmente escrito pelo dramaturgo americano Joe Masteroff é do amigo pessoal da atriz, Miguel Fallabela. A direção está por conta de José Possi Neto. E o mais importante, a coreografia, ficou a cargo de Alonso Barros. “Eu o trouxe especialmente de Viena para criar os números de dança do espetáculo”, diz Claudia, que pretende viajar com o seu inferninho para todo o País.

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