Bia Falcão, a vilã deliciosamente cínica e chique de Fernanda Montenegro em Belíssima, já entrou para a galeria dos personagens mais cruéis dos folhetins. Temia-se até que a sua morte tirasse o tempero e a audiência da trama de Sílvio de Abreu. A saída da megera, no entanto, abriu espaço para outra peste novelesca – André (interpretado por Marcello Antony) que parece clonado daqueles maridos malévolos e elegantes dos clássicos de Alfred Hitchcock. Perfil mais folhetinesco, impossível. De rapaz pobre e sem sorte, a vida de André dá uma guinada quando ele se casa com a milionária Júlia Assumpção (Glória Pires). Mas, nem bem acabou a lua-de-mel, o mocinho logo se revelou uma serpente de olhos azuis.

Com doses diárias de calmantes, o alpinista social passou a drogar a mulher. Conseguiu, assim, que ela assinasse uma procuração que lhe dá todos os poderes em sua fábrica de lingerie. Sem falar que tem um caso tórrido com a enteada, Érica (Letícia Birkheuer). Na trajetória de André, o hábito faz o monge. Ou seja: como o diabo veste preto, Antony teve todo o figurino remodelado. Se o André bonzinho adorava paletós claros, o André de agora abusa de ternos escuros e bem-cortados assinados pelo estilista Ricardo Almeida. “Antes, quem usava mais preto era a Bia. Como o Antony é o novo vilão, chegou a vez de ele ser o urubu”, diz a figurinista da Rede Globo Gogóia Sampaio.