Abstêmio e mais magro – 12 quilos mais magro. Uma coisa levou a outra e vice-versa. Foi seu fiel escudeiro Luiz Fernando Furlan, ministro da Pasta do Desenvolvimento e, como ele mesmo confessou, antigo parceiro de copo, quem trouxe a público a boa-nova. O presidente está há 40 dias sem tomar um gole de álcool. Apenas refrigerante, e dietético. O contexto em que a declaração foi lançada é, no mínimo, constrangedor. A frase do ministro veio a reboque de uma denúncia do jornal O Estado de S.Paulo de que o governo teria gasto cerca de R$ 300 mil para instalar um bar a bordo do avião presidencial. O assunto tomou corpo – e o copo de algumas rodas de mesa que discutem os pendores etílicos do presidente desde que um jornalista americano o acusou de abusar do álcool. É lamentável que um ministro traga à tona tal marca sobre a imagem do mandatário do País. Lula já passou por outros apuros com a bebida – numa ocasião, comparou-a a remédio e, em outra, sofreu um flagrante durante o rega-bofe da Oktoberfest. No tocante ao bar, a Aeronáutica tratou de desmentir. Alegou ter ocorrido apenas uma “reforma” num armário de madeira, que “fica fora da cabine do presidente”, para acomodar copos e louças. Se fica fora ou dentro da cabine presidencial, era o de menos. O gasto suplementar de R$ 300 mil não foi negado. Não obstante as conquistas dietéticas oficialmente propagadas, seria bom que o presidente mantivesse a sobriedade também quando no cardápio estiverem os gastos públicos. E tintim.