Promessas do presidente George W. Bush: até 2005 os EUA reduzirão em 75% as importações de petróleo do Oriente Médio. E em seis anos o etanol será transformado em combustível viável e competitivo. Nessa opção o presidente americano se apóia firmemente no Brasil, fazendo coro com o discurso oficial do presidente Lula – que, aliás, declarou diversas vezes que já havia conversado com seu colega americano sobre o programa de energia alternativa. Na verdade, Bush anda citando, e muito, o programa brasileiro de biocombustível como exemplo de alternativa aos derivados de petróleo e novamente deu ênfase a isso durante uma palestra que ele proferiu na Virgínia na sede da empresa JK Moving & Storage. “O Brasil tem uma quantidade enorme de energia obtida a partir da cana-de-açucar”, disse ele. “Os seus carros têm um motor bicombustível que pode ser convertido, de maneira simples, de gasolina para álcool.” Em cada palavra, o presidente americano não escondeu o seu entusiasmo.

As promessas de Bush vêm agora no rastro de seu discurso no dia 1º de fevereiro, a tradicional fala presidencial do Estado da União. Naquela ocasião, ele declarou que “a Amérioca é viciada em petróleo e que esse petróleo geralmente é importado de regiões instáveis do mundo”. E completou: “A melhor forma de romper esse vício é por meio de tecnologia.” Por tecnologia entenda-se fontes alternativas como o biocombustível que está sendo desenvolvido no Brasil. Nesse setor, os EUA miram-se no exemplo brasileiro.

Com índices de popularidade variando entre 30% e 40%, George W. Bush resolveu eleger o petróleo como vilão responsável pelo mau humor dos americanos em relação ao seu governo. Com os preços batendo os US$ 60 o barril, os reflexos do bolso dos consumidores são brutais. Tudo certo, não fosse Bush um dos prersidentes mais ligados ao poderoso lobby da indústria petrolífera. Tudo certo, pois dessa vez Bush tem de dar ouvidos a Lula.