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SEMELHANÇA
Lucy (acima) interpreta a ex-seringueira Marina

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Depois do ex-presidente Luiz Inácio Lula da ­Sil­va, a ex-senadora e ambientalista Marina Silva é a próxima política a virar estrela de cinema. Com uma história tão peculiar quanto a de Lula, cheia de adversidades, pobreza e luta, a mulher que mudou o rumo da campanha eleitoral de 2010, ajudando a levar o pleito ao segundo turno, verá sua trajetória contada nas telas do cinema, um ano antes das próximas eleições presidenciais, em 2013.

O longa denominado “Marina e o Tempo” não será uma película sobre bastidores políticos ou do poder, muito menos sobre a campanha que ­empolgou boa parte dos brasileiros no ­último pleito. A diretora e produtora do filme, a cineasta Sandra Werneck – ­“Pequeno Diário Amoroso” e “Cazuza – O Tempo Não Para” – quer que o público ­conheça a história de vida de Marina. “É claro que vou mencionar a trajetória política dela, mas isso somente no final do filme”, garantiu Sandra à ISTOÉ. “Acho que é fundamental que o público conheça a infância da Marina, que enfrentou muitas doenças e só foi alfabetizada aos 16 anos”, explicou a diretora. Sandra pretende mostrar ao público que o fato de Marina ter nascido num seringal foi o que fez com que ela virasse “uma mulher forte, respeitada pelos brasileiros”. “É a história de uma mulher guerreira”, disse a cineasta. “Não queria uma história política porque isso é uma coisa que ainda está em curso. É complexo querer fotografar algo que está em movimento”, concordou Marina em entrevista à ISTOÉ.

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FORA DO PAPEL
Atriz diz que não entende de política e ainda não conhece Marina pessoalmente

Para interpretar a protagonista, a diretora conseguiu encontrar uma atriz muito parecida com a ambientalista, embora pouco conhecida do grande público. “Acho que acertei, a semelhança é impressionante”. Além de a atuação, de o gestual e de a expressão facial da atriz Lucy Ramos, 28 anos, lembrarem Marina, sua história também remete a uma biografia similar. Natural do Recife, a moça cresceu em uma família de classe média baixa em São Paulo e teve que batalhar muito desde cedo, primeiro como modelo, depois como atriz. A política, no entanto, é um ponto de divergência. Lucy não se interessa pelo assunto e pouco tinha ouvido falar na senadora antes das eleições presidenciais de 2010. “Entendo e acompanho pouquíssimo de política. Vi alguns debates na época da eleição, mas antes disso não a conhecia”, confessa Lucy. Por causa de compromissos profissionais, a atriz não conseguiu votar naquele ano, nem sequer chegou a escolher um candidato. Mas virou fã da trajetória pessoal e profissional da personagem da vida real que interpretará. “Ela é uma pessoa incrível. Tem um ótimo caráter. É uma responsabilidade enorme representar uma pessoa como ela”, diz Lucy, que ainda não teve a oportunidade de conhecer Marina pessoalmente.