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O ministro iraniano das Relações Exteriores, Ali Akbar Salehi, advertiu nesta quarta-feira (12) os Estados Unidos para qualquer tentativa de "confronto" com o Irã no caso do suposto complô iraniano contra o embaixador saudita em Washington. "Não queremos o enfrentamento, mas se (os Estados Unidos) nos impuserem, as consequências serão mais duras para eles" do que para o Irã, declarou Salehi, citado pela agência Isna, após um conselho de ministros. Os Estados Unidos acusaram na terça-feira dois cidadãos iranianos de terem armado um plano para assassinar o embaixador saudita em um complô "concebido, organizado e dirigido" pelo Irã.

Teerã rejeitou novamente as afirmações americanas, ao lembrar que os Estados Unidos fizeram "muitas acusações idênticas" desde a Revolução Islâmica de 1979. "Por exemplo, no caso Lockerbie, acusaram de antemão o Irã várias vezes antes de indicar que tinham se equivocado", disse o ministro em referência ao atentado contra um Boeing da Panam (270 mortos em dezembro de 1988) organizado pela Líbia e durante muito tempo atribuído ao Irã.

Salehi criticou a "encenação dramática" feita pelas autoridades americanas e pela imprensa sobre a revelação do suposto comando iraniano, acusando-o de ter "apresentado as coisas como se tivesse havido uma explosão nuclear". A chefe da diplomacia americana, Hillary Clinton, anunciou que Washington enviará com seus aliados "uma mensagem forte ao Irã e vai isolar ainda mais o país na comunidade internacional". O Irã rejeitou as acusações americanas, acusando os Estados Unidos de ter armado o caso.

Pentágono

O Pentágono indicou nesta quarta-feira que o suposto complô do Irã requer uma resposta diplomática e legal, minimizando a possibilidade de uma ação militar. "O Exército dos Estados Unidos têm preocupações de longa data acerca da influência maligna do Irã na região. No entanto, em relação a este caso, trata-se de uma questão de caráter judicial e diplomático", disse a jornalistas o porta-voz do Pentágono, John Kirby.

Consultado sobre se os Estados Unidos tinham descartado ações militares, Kirby respondeu: "Apenas o presidente tem o poder de usar ou não seu exército". 

"Isto está sendo tratado pelo Departamento de Justiça. É apropriado neste caso", acrescentou. Em Nova York, os diplomatas americanos iniciaram nesta quarta-feira uma série de reuniões sobre este caso com os embaixadores dos estados membros do Conselho de Segurança. "O objetivo por enquanto é seguir impondo uma pressão financeira e diplomática sobre os iranianos", declarou outro porta-voz do Pentágono, George Little, na mesma entrevista coletiva à imprensa.