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Orla futurista
Projetado pelo escritório americano Diller Scofidio + Renfro, a futura sede do MIS, no Rio de Janeiro, terá rampas inspiradas nas calçadas de Burle
Marx

 

Frequentar museus é um programa excelente em todo o mundo. No Brasil não é diferente e, seguindo uma tendência já testada no Exterior, o País começa a investir em espetaculares centros culturais idealizados por arquitetos famosos. O exemplo mais recente é o anúncio do projeto vencedor para a construção do novo Museu da Imagem e do Som (MIS), que será erguido em Copacabana, mudando completamente a paisagem da zona sul do Rio de Janeiro. O concurso envolveu uma grande disputa entre sete importantes escritórios nacionais e internacionais.

O movimento se repete pelo País. Em Vitória será construído até 2011 o Cais das Artes, complexo cultural assinado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, vencedor do Pritzker, o mais importante prêmio da arquitetura mundial. Também é dele a intervenção em um dos prédios tombados do Circuito Cultural da Praça da Liberdade, em fase de implantação em Belo Horizonte. Em Campinas, no interior de São Paulo, o Museu Exploratório de Ciências terá como sede um edifício arrojado – o projeto acaba de ser eleito em um concurso com mais de 115 concorrentes de 19 países. "Esse é um momento de muita visibilidade para a museologia brasileira", diz José do Nascimento Junior, presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). São iniciativas bem-vindas, pois o setor nunca teve tratamento tão vip como agora.

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Novos tempos se anunciam. Por trás da arquitetura de ponta, está a ideia de transformar esses centros em grandes atrações turísticas, estratégia já testada com o Museu Iberê Camargo, em Porto Alegre, que traz a grife do arquiteto português Álvaro Siza. O governo fluminense, por exemplo, aposta na nova sede do MIS como futuro símbolo cultural de Copacabana. "Temos a ambição de que seja uma referência para nós e para os turistas", diz a secretária estadual de Cultura do Rio, Adriana Rattes. O projeto vencedor é do escritório Diller Scofidio + Renfro, de Nova York, que desenhou a fachada do edifício com rampas e paredes em desnível.

i135926.jpg                                   Número de museus no País 2.700

Número de visitantes

2003 – 15 milhões
2008 – 33 milhões

Investimentos do governo no setor

2003 – R$ 24 milhões
2008 – R$ 119 milhões

A arquiteta Elizabeth Diller diz que se inspirou nas calçadas de pedras portuguesas do paisagista Burle Marx. Além de um museu interativo, a nova sede irá reunir os setores de memória, conservação e estudos, atualmente divididos em dois edifícios do MIS.

Outra obra prevista para começar este ano é o Cais das Artes, que será construído na Enseada do Suá, região aterrada em Vitória. Serão dois edifícios com uma estrutura suspensa por pilotis a quatro metros do solo e andares ligados por rampas de vidro. "Há um contraponto interessante com os navios que entram e saem do porto", diz Mendes da Rocha, que já deixou sua assinatura no Museu da Escultura, em São Paulo. Com o mesmo objetivo de tornar a cultura um polo de turismo, Belo Horizonte fez diferente: aproveitou o charmoso conjunto arquitetônico, que deixará de abrigar a sede administrativa do governo de Minas Gerais, para criar ali o Circuito Cultural Praça da Liberdade, conglomerado de cinco espaços para as áreas de ciências, mineração, metalurgia, história, artes plásticas e arte popular.