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O closet, ou quarto de vestir, é um dos mais cobiçados itens nas casas das famílias brasileiras. Da classe média para cima, todos sonham ter um espaço exclusivo para guardar e trocar de roupas, sapatos, bolsas, cintos, gravatas e tudo o que se refere à indumentária masculina e feminina. É um dos símbolos de status do momento. Arquitetos, decoradores e construtores dizem que o interesse sobre esse recanto da casa aumentou tanto que passou a inspirar os projetos e também ousadias, como o uso de novos materiais. “Essa tendência já chegou à classe média e os clientes estão mais exigentes em relação aos closets”, resume o arquiteto paulista Mario Celso Bernardes. Uma pesquisa da construtora carioca Conde Caldas confirma: em um levantamento com três mil pessoas sobre quais itens os compradores de imóveis gostariam de ter em seus apartamentos, o closet foi o mais citado, com 20% de preferência. Para atender a essa demanda, projetos feitos com vidro, laminados e alta tecnologia, fornecidos por empresas de grifes, tomam o lugar do que antes era o material obrigatório: a madeira trabalhada artesanalmente por marceneiros.

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A empresária paulista Maria Alice Klein explica qual a importância do closet, projetado por Mario Celso, em sua rotina diária. “É o único espaço da casa, além do meu banheiro, ao qual só eu tenho acesso”, diz ela. “É o meu cantinho, como eram aqueles esconderijos de criança.” O aposento ajuda a organizar a vida corrida de Maria Alice e do marido – cada um tem seu próprio closet. “Eu e ele saímos de casa na mesma hora e voltamos na mesma hora. Sem esse espaço individual seria o caos.” Os closets atuais são maiores, bem diferentes dos antigos, espremidos entre o banheiro e o quarto. É cada vez mais comum o uso do vidro nos armários, o que facilita a visualização de roupas e sapatos. Portas e outros itens são agora confeccionados de laminados, que propiciam a utilização de cores claras. Também há projetos de iluminação sofisticados para que todas as peças fiquem à vista. A nova tendência é a tecnologia. “Há corrediças com amortecedores, que impedem pancadas bruscas, e portas automáticas que abrem facilmente ao mais leve toque”, diz o decorador Fernando Piva.

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No planejamento do espaço, um item virou moda: uma espécie de bancada em meio aos armários, como em lojas. Protegidas por um vidro, ficam, em gavetas, as bijuterias e joias de uso diário. “É um ponto de apoio que permite mais praticidade”, define o arquiteto Francisco Eduardo Hue. A utilização de pufes e poltronas também tem se tornado comum. Tanto que algumas pessoas usam o espaço como um local de relaxamento e, por isso, passam cada vez mais tempo ali. É a volta ao uso original do closet, que surgiu no século XVII como uma espécie de quarto privado onde se podia ler, realizar trabalhos artísticos ou até mesmo tirar uma soneca – nessa época, alguns tinham cama também. Mas a arquiteta Bya Barros alerta: para se ter um closet digno desse nome, muitas vezes é necessário um gasto extra considerável. “Um projeto interessante fica em torno de R$ 150 mil”, estima.

A partir dos resultados de sua pesquisa, o arquiteto Sérgio Caldas, da construtora Conde Caldas, resolveu democratizar o acesso ao espaço. “Passamos a incluir esse tipo de ambiente também nos empreendimentos para a classe média”, diz ele. O mercado percebeu a tendência. “Donos de imóveis antigos têm criado closets para aumentar o preço de venda”, afirma o arquiteto Alexandre Fonseca, sócio da imobiliária Basimóvel e vicepresidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário. Prova de que ele é o objeto de desejo do momento.

 

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