Reeleição da mesa do Congresso
Um tema, até então distante do Palácio do Planalto, começou a frequentar as conversas políticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Trata-se da reeleição dos presidentes da Câmara, João Paulo Cunha (PT), e do Senado, José Sarney (PMDB). Os dois cargos estão sendo contados, durante as discussões sobre a reforma ministerial, como parte da divisão do poder na nova base governista. O PMDB ganha dois ministérios e terá o direito de manter Sarney como presidente do Senado, com o apoio do PT. Sarney é hoje o nome mais influente do PMDB junto ao governo e sua reeleição é vista como garantia de estabilidade e paz na relação do partido com o Planalto. No caso de João Paulo, Lula concluiu que ele é mesmo o nome do PT com mais trânsito na Câmara, portanto sua reeleição também já é dada como um fato natural até entre os líderes de oposição. Assim que começar a legislatura de 2004, Lula pretende informar os partidos da base que o governo apóia a aprovação da emenda constitucional que permite a reeleição da Mesa do Congresso.
 

Cavaleiros

Todo fim de semana, o governador Roberto Requião tem o saudável hábito de cavalgar duas horas na chácara do Canguiri, a 20 quilômetros da capital do Paraná, na companhia do petista Jorge Samek, presidente da Itaipu Binacional. O casal Samek passou o réveillon hospedado, a convite de Lula, no Palácio da Alvorada. Resultado: a aliança PT-PMDB avança a galope no Paraná. Nas duas maiores cidades do Estado, Curitiba e Londrina, o PMDB de Requião vai apostar nos cavalos do PT na eleição municipal de 2004.

Flor do recesso

“Nenhum sujeito da nossa turma teria coragem de fazer o que ele fez.” A frase é um elogio do ex-sindicalista e presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao relator do projeto de reforma política em tramitação no Congresso. Trata-se de um ícone da direita brasileira: o deputado e ex-presidente da conservadora UDR, Ronaldo Caiado (PFL-GO).

Deputado acusado

A notícia saiu no site www.congressonatela.net: “Desde 1997, o Ministério Público Federal tenta cassar o registro de entidade filantrópica da Associação Prudentina de Educação e Cultura (Apec), instituição da família do deputado Paulo Lima (PMDB-SP), que administra a Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) e o Hospital Universitário de Presidente Prudente (SP).” Segundo o site, consta do processo contra Paulo Lima, em tramitação na Justiça Federal de São Paulo, que a universidade pagou suas despesas de campanha em 1994.

Pomo da discórdia

No Palácio do Planalto, o principal argumento usado para o afastamento do ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, é de que ele
estava incompatibilizado com a chamada “comunidade científica”.
Na verdade, Amaral estava sob fogo cruzado de Ennio Candotti, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
(SBPC), com quem nunca se entendeu na política do Rio. Mas a
cúpula do PT também não morre de amores por Ennio e não pretende deixá-lo tutelar o novo ministro.

Apoio inesperado

Praticamente empossado como ministro, o líder do PMDB na Câmara, Eunício Oliveira, festejava um apoio inesperado de última hora. Líder do PFL e candidato à reeleição, o deputado José Carlos Aleluia (BA) declarou à TV Câmara que Eunício será um excelente ministro e chegou a classificá-lo (pasmem!) como “um verdadeiro príncipe”.

Rápidas

• Antes tido como líder do governo FHC no STF, o ministro Nelson Jobin caiu nas graças do PT. Amigo pessoal de Lula, passou a ser visto também como defensor do atual governo.

• Circula na bancada do PDT um manifesto contra o cacique Leonel Brizola: ou ele ameniza suas críticas ao governo Lula, ou seis dos 13 deputados podem abandonar a legenda.

• Maior fornecedora mundial de turbinas para hidrelétricas, a alemã Voith-Siemens foi flagrada tentando colocar peças com fissuras nas duas novas turbinas da usina hidrelétrica de Itaipu.