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Um método que produz pequeníssimos furos na superfície da pele está conquistando espaço no arsenal dos dermatologistas. Trata-se do microagulhamento, realizado com o deslizamento de rolinhos contendo dezenas de agulhas de até dois milímetros de comprimento sobre a área a ser tratada. “Os microfuros potencializam a produção do colágeno e permitem que os medicamentos atinjam camadas profundas da pele”, afirma a dermatologista Marcela Studart, do Rio de Janeiro. Ela recorre ao método para apagar rugas finas da face, manchas, cicatrizes e estrias. Outro motivo para o crescimento da utilização da técnica em consultórios estrelados é a chegada ao País de aparelhos que associam as pequenas agulhas a ondas de radiofrequência e ultrassom, como o equipamento israelense Legato. A atriz Regina Duarte, 64 anos, que faz tratamentos contra o envelhecimento desde os 38, foi uma das primeiras a recorrer a essa terapia combinada para a pele.

De fato, estimular a produção do colágeno, a proteína que dá firmeza à pele, é um dos grandes desafios para o rejuvenescimento. Nesse campo, o método comprovadamente mais poderoso é o laser, porém, o microagulhamento tem seus méritos, segundo especialistas. “Após as microlesões, as células se regeneram para superar o trauma, eliminando imperfeições”, explica o dermatologista Luis Torezan, de São Paulo, referência no uso de microagulhas. Quem fez aprova. “Percebi melhoras evidentes na minha pele”, diz a estudante de serviço social Fabiana Barbosa Ferreira, 24 anos, que se submeteu a três sessões com as agulhas para suavizar manchas de acne. Numa tentativa de amplificar os efeitos rejuvenescedores das agulhas, pesquisadores da Universidade de São Paulo estão examinando seu desempenho em parceria com a terapia fotodinâmica (feita com cremes fotossensíveis e irradiação por uma luz específica).

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SUCESSO
Fabiana recorreu às microagulhas para amenizar manchas no rosto

Mais um atrativo do microagulhamento é a chance de fazer o tratamento em casa. Em lojas de artigos cosméticos, é possível comprar rolos com agulhas medindo até 0,25 milímetro (R$ 300, em média) para uso doméstico. Os rolos com agulhas acima de um milímetro são vendidos apenas para uso clínico, pois há dor e uso de anestésicos. “Mas a aplicação pelo próprio paciente exige cuidado dobrado. Em condições inadequadas de assepsia, as microagulhas podem causar infecções e cicatrizes”, alerta o especialista Torezan. 

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