Quem viajou para Matchu Pitchu durante as férias e trouxe o tradicional poncho na bagagem acertou em cheio. O visual peruano e pós-hippie, até pouco tempo atrás considerado antiquado, está com tudo. Os desfiles outono-inverno de Milão, terminado na terça-feira 5, e o de Paris, que começou quinta-feira 7, mostraram que a moda folk (do inglês, tribal, folclórico) virá com força total. Grifes como Dolce & Gabbana, Christian Dior e Fendi exibiram nas passarelas mantôs de lã que mais parecem cobertores, peles, franjas, patchwork e gorros. Além do trabalho artesanal do Peru, serviram de inspiração também o estilo apache dos índios americanos e trajes étnicos de países como o México. Por isso, tudo indica que as roupas neste inverno serão coloridas, com panos sobrepostos e combinações inusitadas. Vale misturar xadrez com listrado, tecidos leves com pesados, como camurça e chifon.

Mestiçagem – No Brasil, esta tendência já apareceu em janeiro, durante a última edição do São Paulo Fashion Week. Estilistas como Lino Villaventura e Carlos Miele, da M. Officer, foram os mais pontuais. A coleção de Lino trouxe tecidos como pashimina e franjas de pele amarradas ao corpo. Miele apostou pela segunda vez no que ele chama de mestiçagem. “Sempre apostei nas etnias e diferenças culturais. E isso é uma tendência que veio para ficar”, afirma o estilista. Miele participou dos desfiles de Londres em fevereiro e foi aplaudido por colocar o candomblé dentro de uma igreja.

Em Paris esta semana, a top Gisele Bündchen como sempre roubou a cena. Desfilou para a Dior com um gorro que misturava o trabalho peruano com uma espécie de visual moicano. Em Milão, ela exibiu nas passarelas um modelo Dolce & Gabbana totalmente folk: um vestido desfiado e com franjas. Os acessórios seguem a mesma linha. Bijuterias e jóias
serão de pedras e coloridas. Cintos largos e bolsas de retalhos de camurça também vão voltar à moda. Quem guardou os modelitos dos anos 70 se deu bem.