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O jogo Brasil x Argentina, às 21h50 (de Brasília) desta quarta-feira, em Belém, coincidiu com a fase inicial das campanhas relativas ao plebiscito que decidirá sobre a divisão do estado do Pará. A data da consulta popular está marcada para o dia 11 de dezembro, mas a capital paraense já respira o clima das eleições que definirão o futuro do estado.

O assunto é tratado com frequência em conversas, e adesivos das campanhas abertas há duas semanas já são comuns em carros da cidade. Até o momento, estão permitidos comícios, passeatas, carreatas e distribuição de material publicitário. A campanha na televisão e rádio começará apenas em novembro.

Os eleitores paraenses irão às urnas decidir se aprovam a criação de mais dois estados. Pela proposta, o Tapajós ficaria com toda a área do oeste paraense, enquanto o Carajás seria formado com o atual sudeste do Pará. Quatro frentes foram criadas: a favor e contra a criação do estado de Carajás e a favor e contra a criação do estado de Tapajós.

Na cidade de Belém, pesquisas preliminares apontam que cerca de 80% dos habitantes da cidade são contra a divisão. Os números podem ser comprovados na maior presença de adesivos e cartazes da campanha que luta pela permanência do estado do Pará. Um movimento na internet incentiva o uso do vermelho, a cor do estado, para quem for ao Estádio do Mangueirão no Superclássico das Américas.

Nenhuma das frentes confirma campanhas diretas durante o jogo de quarta, mas as propagandas oficiais do governo naturalmente se confundem com o plebiscito. Um comercial veiculado em televisões locais pede para os torcedores levarem bandeiras do Estado para campo e o estádio contém faixas e cartazes com mensagens como "O Pará inteiro é Brasil" e "Sou de Paz, sou Pará, sou Brasil".

O deputado federal Zenaldo Coutinho (PSDB-PA), presidente da frente contra a criação do Estado de Tapajós, diz que não existe relação entre as propagandas do estado e a campanha. "Uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. É claro que o jogo é uma oportunidade de reafirmar o orgulho do povo paraense, mas não tem nada a ver com a campanha. Não é todo dia que a Seleção joga em nosso estado", disse.

Segundo o deputado, o jogo entre Brasil e Argentina serve para Belém mostrar estrutura e condições de receber seleções para períodos de aclimatação antes da Copa do Mundo de 2014. A capital paraense era pretendente à sede, ficou fora e, a exemplo de Goiânia, recebeu partida da Seleção como consolação. A capital goiana já foi confirmada como sede da Copa América de 2015, caminho que a capital paraense também pretende seguir.