Certa vez, o ex-ministro do Transporte Eliseu Padilha causou polêmica ao declarar que dois pretos adoráveis fazem a cabeça de todo brasileiro: o petróleo e o rei Pelé. Se fosse hoje, Padilha provavelmente não deixaria de fora a vodca Blavod. Recém-chegado da Inglaterra, o primeiro e único destilado absolutamente negro do mundo desperta fascínio pela festa de cores de seus drinques. Tudo combina com ele. O azul do curaçau, o verde da menta, o vermelho do cranberry, o dourado do energético e até a tradicional transparência da água tônica. “Estética é fundamental. Da mesma forma que um prato se torna especialmente atraente conforme o aroma, o paladar e o visual, um drinque feito com Blavod chama a atenção por ser diferente na forma. Mas o gosto é o mesmo das outras vodcas”, explica o empresário e ex-modelo Damian Canevari, 34 anos, presidente da Drinks Brasil, que trouxe a marca para o País. Nascido em Milão e estabelecido em São Paulo há dois anos, Canevari conheceu a bebida em uma casa noturna de Nova York e logo se tornou consumidor assíduo. “Hoje, uma garrafa dura três dias na minha casa. Tomo um drinque antes do almoço e outro à noite.”

Cinco anos atrás, o inglês Mark Dorman, observava um cardápio com 28 tipos diferentes de vodca em um bar de São Francisco, nos Estados Unidos. Preferiu pedir um cafezinho. “Preto ou branco?”, indagou o garçon, disposto a saber se Dorman queria o café puro ou com leite. O inglês estranhou os termos usados pelo californiano, mas adaptou rapidamente a idéia: se café pode ser “branco”, por que não lançar uma vodca preta? Chegou ao resultado esperado com a adição de substâncias retiradas da raiz de uma planta asiática chamada catechu, também conhecida como acácia indiana. Além de tingir o líquido, catechu possui qualidades medicinais e pode ser usada no tratamento de tosse e inflamações na faringe. Por retirar gordura do corpo, até ajuda a emagrecer. Depois de emplacar em quase todas as principais cidades do mundo, a novidade lançada em 1998 promete cativar os brasileiros e já anuncia a vedete da marca, um coquetel com energético, canto do cisne dos beberrões mais jovens. Um cisne negro como petróleo.