O ovo ou a galinha

Nos bastidores, o Ministério da Ciência e da Tecnologia já se agita para não aceitar a desfeita em silêncio. Apesar da polêmica que ronda o tema, os EUA insistem em celebrar na quarta-feira 17 o centenário da invenção do avião, que os americanos alegam ser obra dos irmãos Wright. O Brasil bate o pé e alega que o mérito é todo nosso. Os 100 anos da aviação só se comemoram daqui a três anos, data que marca o vôo que Alberto Santos Dumont, o pai
da aviação, fez sobre Paris em 12 de novembro de 1906, a bordo
de sua criação, o 14-Bis.

Homens de preto

Dezenas de cientistas brasileiros, vestidos de preto, foram ao Congresso Nacional na semana passada para protestar contra o tratamento do governo à questão da biotecnologia. Organizado pela Associação Nacional de Biossegurança, o manifesto visa acabar com a burocracia na pesquisa nacional. A junta científica pede a manutenção da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) como o órgão responsável por avaliar a segurança dos transgênicos e maior agilidade na votação do projeto da Lei de Biossegurança, adiado para fevereiro. O governo retirou o pedido de urgência para não trancar a pauta do Congresso e atravancar a votação de outras matérias consideradas prioritárias.

Confusão na rede

O Encontro Mundial sobre a Sociedade da Informação promovido pela ONU, em Genebra, chegou a um impasse. Os principais pontos de discórdia foram adiados para a próxima reunião da cúpula, em 2005. São eles a definição de quem deveria governar a internet e a criação de um fundo internacional para ajudar países pobres a se beneficiarem da tecnologia, proposta negada pelos EUA, Europa e Japão. Brasil, China e África do Sul defendem que um grupo internacional, de preferência ligado às Nações Unidas, substitua a Icann, ONG sediada nos EUA que há cinco anos controla os sistemas de endereço e domínios da rede. “A internet é um espaço sem regras”, diz Guilherme Patriota, representante do governo brasileiro. “Se alguma coisa for alterada, será uma hecatombe tecnológica”, retruca Ivan Moura Campos, um dos diretores da Icann.

Aventura S/A

O piloto aventureiro francês Gérard Moss retoma a missão de coletar amostras de águas brasileiras. Seu hidroavião Talha-Mar, equipado com um mini-laboratório capaz de fazer as análises preliminares das amostras, quebrou durante um pouso forçado na Chapada dos Guimarães e levará quatro meses para ser consertado. Até lá, Moss e a esposa, Margi, usarão um hidroavião substituto, menor que o original, mas 100% nacional (foto). Por isso, contarão com um Land Rover como carro de apoio na viagem pelo Pantanal. A expedição termina no final de 2004, mas, nas poucas semanas em que sobrevoou o Brasil, Moss notou os contrastes do País. “Tem muita água suja, mas ainda existem rios limpos, como o Juruena, no Mato Grosso”, diz.

Questão de chifres

As novas gerações de carneiros selvagens, comuns nos EUA e no Canadá, estão condenadas a ter chifres menores. Nada a ver com a fidelidade de suas fêmeas. Segundo estudo publicado na revista Nature, os caçadores matam precocemente esses carneiros, que valem milhares de dólares pela exuberância de seus cornos. Como os animais morrem antes de atingir o pico da capacidade reprodutiva, seus genes estão se extinguindo. Na falta dos bichos com chifres protuberantes, as fêmeas são copuladas por carneiros comuns.