Previdência, um eterno problema…
O ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, vai enfrentar outra polêmica. Tudo por causa de uma resolução do INSS propondo
a seus próprios médicos-peritos que aceitem trabalhar também
como credenciados. Assim, receberiam um salário por dentro,
como servidores públicos, e outro por fora, como prestadores de serviços. Seria um artifício para dar-lhes aumento sem arcar
com as obrigações previdenciárias do empregador. “É o governo sonegando contra ele mesmo”, espanta-se Luiz Carlos Argolo,
vice-presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social, que lidera movimento pela adoção de um plano de cargos e salários. A tal resolução está redigida e já chegou às mãos do Ministério Público, mas ainda não apareceu no Diário Oficial. A encrenca dos peritos com Berzoini desabrochou numa greve, deflagrada no último dia 3. O INSS deslocou pessoal para cobrir o serviço de quem cruzou os braços. Mas o movimento grevista garante estar se espalhando pelo País e pode travar todos os pedidos de aposentadoria por invalidez ainda neste ano.

Rachas no PFL

Nem só de escaramuças entre Jorge Bornhausen e Antônio Carlos Magalhães vive o PFL. Também há brigalhadas nos Estados. No Distrito Federal, o deputado José Roberto Arruda chama seu próprio partido de “PFL-S/A”. Segundo ele, porque a legenda está nas mãos do empresário (e também deputado) Paulo Octávio. Em tempo: ambos querem ser candidatos a governador.

CPI em Goiás

Caiu como uma bomba na política goiana o relatório final da CPI da Assembléia Legislativa que investigou a venda da Usina de Cachoeira Dourada, maior privatização da história de Goiás. O relatório denunciou três pessoas por improbidade administrativa: o ex-governador Maguito Vilela (hoje senador pelo PMDB), o ex-presidente da Comissão de Desestatização Ovídio de Ângelis (que já foi ministro de FHC) e o atual presidente da Aneel, José Mário Abdo. Segundo a CPI, seis anos após a venda da usina, em setembro de 1997, ainda restam dúvidas sobre o destino dos cerca de US$ 800 milhões arrecadados pelo governo do Estado com o negócio.

Guerra também no PL

Presidente do PL, o deputado Valdemar Costa Netto (SP) está
tentando o apoio do governo para barrar a candidatura a líder
do partido do deputado Bispo Rodrigues (RJ), cacique da Igreja
Universal do Reino de Deus. Mas o Palácio do Planalto decidiu que
não vai se meter na encrenca.

Rápidas

• Entrou na linha de tiro do PT o deputado Chico Alencar (PT-RJ), um dos líderes do movimento em favor do perdão para Heloísa Helena. A versão é que ele quer partir o partido ao meio.

• A defesa que o senador tucano Tasso Jeiressati fez da reforma tributária promovida pelo PT está sendo vista pela turma de José Serra como uma nova declaração de guerra.

• Ainda não saiu da gaveta do Fórum Nacional do Trabalho o projeto de diminuição das horas de trabalho. Assim que eleito, o presidente Lula defendeu a tese como uma de suas prioridades.

• O senador Pedro Simon se candidatou a presidente do PMDB do
Rio Grande do Sul. Com isso, barrou a candidatura do deputado e ex-ministro Eliseu Padilha.

• O governo Lula gastou em dezembro, segundo o Siafi, R$ 63 milhões com pagamento de consultorias pelos ministérios. Era uma das principais críticas dos petistas ao governo FHC.