Vingança da máfia ucraniana, espionagem internacional, crime passional, fanatismo religioso. As investigações do duplo homicídio dos americanos Zera Todd Staheli, 39 anos, e de sua mulher, Michelle, 34, têm versões de todos os tipos, mas nenhuma conclusão. Brutalmente assassinados em casa, num condomínio na Barra da Tijuca (Rio), na madrugada de 30 de novembro, Todd e Michelle já entraram para os arquivos do FBI, a polícia federal americana, como um dos casos
mais misteriosos do ano. É nessa fonte que o FBI vai beber atrás
de pistas. Serão pesquisados outros casos que envolvam um ou
mais ingredientes do crime: morte por objeto contundente, com golpes apenas no rosto, e ligação com a comunidade mórmon, segundo relatou um interlocutor dos agentes especiais Daniel Clegg e Rick Cavalieros, há uma semana no Brasil.

Diretor da Área de Gás e Energia da Shell para a América Latina, Todd também terá seu passado como executivo vasculhado. Mas a idéia de crime passional, investigado pela polícia carioca, não parece ser desprezada pelos americanos. Adido do FBI no Brasil, Daniel Clegg é um especialista no assunto. Há dois anos, estava no México envolvido na captura de Christian Michael Longo, 29 anos, um fanático da igreja Testemunha de Jeová, acusado de matar sua mulher e três filhos de quatro, três e dois anos. As principais testemunhas do Caso Staheli, os quatro filhos do casal, de 13, dez, oito e três anos, embarcaram na quarta-feira 10 para os EUA. Dois objetos novos foram achados: uma enxada que estava no sótão de um quarto e uma foice encontrada em um depósito de ferramentas. Os objetos serão periciados.