Provoca uma certa vertigem a visão em conjunto, sobre um imenso tablado branco, das 135 pequenas esculturas do artista mineiro Amilcar de Castro (1920-2002), reunião de todas as formas concebidas pelo escultor desde a década de 1950. Extremamente parecidas umas às outras, ao mesmo
tempo as peças guardam diferenças significativas nas mínimas variações dos cortes e das dobras imprimidas na chapa
de aço. Se a montagem peca pelo amontoado típico das instalações, acaba compensando pela proximidade e pela repetição dos elementos que revelam a essência do gesto construtivo de Amilcar. Nas dimensões de 23 cm de altura, os círculos que se desdobram interiormente em triângulos e quadrados e os retângulos e trapézios que subvertem planos e dimensões se mostram como levíssimos origamis de aço.