Viúvas alegres e esposas volúveis
“Foram os governistas que inventaram o apelido. Disseram que somos as ‘viúvas do PSDB’. Pois sou uma viúva honrada, assumida. E, depois dessas pesquisas, uma viúva alegre”, brinca o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), um dos líderes da ala oposicionista do seu partido. Geddel passou a semana feliz com a queda de Lula nas pesquisas e a possibilidade de seu candidato– o prefeito de São Paulo, José Serra – vencer no primeiro turno. No Salão Verde da Câmara, cruzou com o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), irmão do presidente do Senado, Renan Calheiros, e até há pouco um governista de carteirinha. Olavo cumprimenta: “Como vai o nosso candidato, o Serra?” Geddel responde: “Pois é, agora vocês não podem ver um tucano que querem aderir.” A brincadeira tem um fundo de verdade. Renan Calheiros, o líder dos governistas, declara que se o PMDB romper ele vai com Lula até o final. Mas e depois? Depois Renan não teria dificuldade de se alinhar ao PSDB. Afinal, ele apoiou Serra nas últimas eleições. E se der o ex-governador do Rio Anthony Garotinho? Bem, os peemedebistas também os terão apoiado desde criancinhas.

Tesoureiro complica ministro
Cláudio Mourão, ex-tesoureiro da campanha do tucano Eduardo Azeredo ao governo de Minas em 1998, prestou depoimento à Polícia Federal. Afirmou que o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia (foto), foi um dos três responsáveis por distribuir o dinheiro do caixa 2 da campanha. Mares Guia vinha até agora negando qualquer relação com a campanha de Azeredo.
 
 
Na onça, com vara curta
Vale anotar que o relator da CPI dos Bingos, Osmar Serraglio (PMDB), está cada
dia mais oposicionista. Ele soube que um de seus principais adversários no
Paraná, Zeca Dirceu, filho do ex-ministro José Dirceu, já levou dezenas de prefeitos ao Ministério do Planejamento para conseguir liberação de verbas do Orçamento. Com sucesso.

Erramos: caímos no conto da raposa
Francisco Dornelles (PP-RJ) (foto) é uma velha raposa
da política. Aliado de José Serra, mas contra a verticalização, espalha no plenário que o prefeito de São Paulo trabalha
para derrubar a regra que obriga os partidos a repetir nos Estados a aliança que fecharem em nível nacional. Essa
coluna caiu no conto da raposa há duas semanas e
desculpa-se com os leitores.
 
 
Toma-lá-dá-cá
O presidente do PFL, Jorge Bornhausen, está convencido de que partem de
José Serra as maiores restrições à aprovação do projeto que derruba a verticalização nas eleições de 2006. Por isso, pediu uma reunião com o prefeito de São Paulo.
Se Serra ajudar a derrubar a verticalização, Bornhausen pode ajudá-lo a fechar aliança com o PFL.
 
 
Rápidas

• O presidente Lula prometeu ao PCdoB e ao PSB que vai convencer o PT a votar pela derrubada da verticalização. Disse até que, se não conseguir, desiste da reeleição. Só vendo dá para acreditar.

• Os Tribunais de Contas Estaduais estão em guerra com Palocci. O ministro da Fazenda não está soltando a contrapartida do governo brasileiro aos US$ 60 milhões que o Banco Mundial liberou para melhorias tecnológicas nesses tribunais.

• O presidente do Senado, Renan Calheiros, está em campanha para se reeleger no cargo. Já Aldo Rebelo, presidente da Câmara, não quer ouvir falar em reeleição. Anda cansado e irritado com o que chama de egoísmo dos políticos atualmente.

• Ministro do Superior Tribunal Militar (STM), Antônio Carlos de Nogueira se aposenta neste mês. O PT pode nomear seu primeiro ministro no tribunal dos militares. Candidato: o deputado José Pimentel (PT-CE), que já concorreu ao TCU.

• Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PL) quer concorrer a governador do Amazonas no ano que vem. Só depende de uma mãozinha do ministro Antônio Palocci, liberando mais verbas para estradas.