Um período nebuloso da história do planeta acaba de ser desvendado. Um grupo internacional de cientistas descobriu nove espécies de fósseis de grandes animais herbívoros no sítio etíope de Chilga, na África. Entre eles está um parente dos elefantes atuais, que viveu há 27 milhões de anos. Os fósseis vão ajudar a estudar a dinâmica dos animais que habitaram a Terra entre 24 e 32 milhões de anos atrás.

Os fósseis foram localizados graças a imagens de satélite de alta resolução. Entre as descobertas da equipe internacional, cuja pesquisa foi publicada na revista britânica Nature, estão os fósseis dos proboscídeos, grupo dos elefantes, e dos arsinotérios, semelhantes aos rinocerontes. Pesando cerca de uma tonelada, bem menores do que os elefantes modernos, os proboscídeos tinham trombas ou presas no queixo e no maxilar superior desenvolvidas. Os cientistas desconfiavam que a história evolutiva dos elefantes havia acontecido na África. Agora, enfim, surge a prova que faltava para confirmar a suspeita.

Há 24 milhões de anos, o que hoje é a África e a Arábia formava um continente único que flutuava no oceano Atlântico e foi chamado pelos geólogos de Afro-Arábia. O continente solitário ficou desconectado dos demais por 40 milhões de anos. Nesse período, ele flutuou em direção à Europa e à Ásia. Tal isolamento fez com que se desenvolvessem por ali milhares de espécies endêmicas, exclusivas de uma determinada região.