Poucas coleções foram tão populares e longevas quanto a Primeiros passos, criada nos anos 80 e viva até hoje pelas mãos da editora Brasiliense. Os títulos dos livrinhos respondem a centenas de questões e temas. O que é rock, O que é ideologia, O que é contracultura… assim por diante. Há no mercado uma coleção que revive o espírito acessível e didático da Primeiros passos. Só que com uma ligeira vantagem. Os livros da Brasiliense tinham a assinatura de especialistas, nem sempre experts da objetividade e muitas vezes dados a digressões acadêmicas.

Com uma idéia parecida, mas calcada no jornalismo, a coleção Repórter Especial – que inaugura a editora Mostarda – traz repórteres a serviço de reportagens de fôlego, daquelas em que se encontram variados pontos de vista e necessárias reflexões. “Jornalistas têm a vocação da didática, sabem traduzir informações difíceis”, diz Mary Lou Paris, uma das fundadoras da Mostarda, ao lado de Ruy Mesquita Filho, Fernando Portela, Edgar Gusmão Dias da Silva, João Lima Jr. e Samuel Ribeiro Rossilho. Mary Lou é proprietária da editora Terceiro Nome, parceira do projeto. Mostarda foi, segundo ela, o nome escolhido pela sonoridade e por sugerir algo saboroso, “nunca insosso”.

Reportagens – Os primeiros nove livros da coleção – que oscilam entre 88 e 120 páginas e custam R$ 18 – debruçam sobre temas às vezes pouco encorajadores
a repórteres menos persistentes. Eles falam da Aids, do acelerado e ameaçador crescimento econômico da China, da violência urbana, da poluição, da polêmica
dos transgênicos, da internet e de questões espirituais e religiosas. “São leituras rápidas, para o ônibus e o metrô e podem ser adotadas em escolas”, diz Mary
Lou. As reportagens contidas em cada livro são mais apuradas e caprichadas do
que as que se lêem normalmente na mídia impressa, talvez por escaparem dos prazos mais apertados das redações. Trazem boas histórias, números e visões
de quem conhece o assunto, emolduradas por um projeto gráfico bacana. E 12 novos títulos vêm aí.