Se você sente cansaço excessivo, tem oscilações emocionais e não consegue controlar o peso, procure um médico. Esses podem ser sintomas de hipotireoidismo, doença causada pela falta dos hormônios tireoidianos, fabricados pela glândula tireóide. Uma pesquisa revelou que o problema é mais comum do que se imagina. O levantamento, feito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e pela Universidade Federal do Rio (UFRJ), mostrou que 12% das mulheres da capital fluminense com mais de 35 anos sofrem da enfermidade. “O número coincide com as pesquisas internacionais”, observa Mario Vaisman, um dos coordenadores do estudo.

A doença atinge cinco mulheres para cada homem. Sua principal causa é a tiroidite crônica auto-imune, condição na qual o corpo produz anticorpos contra a glândula. Seus portadores nascem com propensão genética ao seu surgimento e os sinais podem ser desencadeados pelo parto, stress ou infecções.

O ideal é que o diagnóstico seja precoce. Se estiver no início, o controle fica facilitado e o paciente ganha em qualidade de vida. Foi o que aconteceu com a advogada Gisele Lessa, 47 anos. No começo do ano, ela procurou ajuda médica porque, além da tensão pré-menstrual e enxaqueca, tinha um sono incontrolável e apresentava oscilações de humor, queda de cabelo e muita dificuldade para controlar o peso. Nos exames, ela descobriu a doença. “Quando me informei sobre a enfermidade, vi que sentia os sintomas há muito tempo”, lembra. Gisele está em tratamento – a terapia consiste na reposição dos hormônios em falta – e encontra-se bem melhor. “Quando o paciente descobre a doença e se trata, se sente novo”, atesta a epidemiologista Rosely Sichieri, da UERJ.

Em proporções menores, o hipertireoidismo atinge cerca de 3% da população. Provocado pelo excesso de hormônios tireoidianos, seus sintomas são opostos aos do hipotireoidismo. Uma de suas causas é a Doença de Graves – entre seus sinais, pode haver uma protuberância no pescoço (bócio). Outra razão para o surgimento do hipertireoidismo é o consumo de fórmulas para emagrecer. “E esta é uma causa que pode ser evitada”, lamenta Vaisman. Entre as opções de tratamento, estão remédios e remoção cirúrgica da glândula.