No passado, o laser já foi visto como tema de filmes futuristas. Hoje, a tecnologia está incorporada ao dia-a-dia de consultórios médicos e dentários. O mesmo pode acontecer com um método que está se expandindo na dermatologia, entre outras especialidades, e promete se consolidar como potente recurso para combater problemas de saúde e de beleza. É a terapia fotodinâmica – ou PDT, sigla formada pelo nome em inglês (photo dynamic therapy) –, um método também baseado em luz e que pode ser empregado para diagnosticar e tratar alguns tumores de pele, controlar a acne e reduzir sinais de envelhecimento precoce.

A terapia se chama fotodinâmica porque um determinado tipo de luz é aplicado para causar reações bioquímicas no organismo. A técnica nasceu na década de 70 nos Estados Unidos, porém ficou estacionada até que os cientistas voltaram a se interessar pelo método nos anos 90, quando se descobriu o ácido aminolevulínico (ou ALA). Ela leva à formação de uma substância fotossensível e promove a PDT.

Oxigênio – De lá para cá, vários centros médicos passaram a estudar a técnica.
No Brasil, o hospital Amaral Carvalho, de Jaú (SP), e o Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos – interior paulista –,
desenvolvem trabalhos nesse campo. “Descobriu-se que algumas moléculas, quando iluminadas por algumas fontes de luz, produzem um oxigênio alterado
que provoca a morte celular. Isso começou a ser aplicado em tumores de boca,
pele e ginecológicos. Depois, em lesões pré-cancerígenas. Hoje, a PDT tem sido usada para acne, psoríase e fotorrejuvenescimento”, relata o físico Vanderlei Bagnato, da USP/São Carlos.

É importante não confundir métodos. A PDT pode empregar laser ou recorrer a outras formas de luz, como diodo (sistema composto de dois eletrodos) ou lâmpadas do tipo LED (coloridas). Ou seja, a terapia não é “mais um laser”. Ela vai além disso. O ALA é um composto corante e só é eliminado pelo corpo num prazo de 24 horas. Em comparação às células sadias, os tumores absorvem mais esse ácido. Com isso, a PDT serve também para identificar alterações malignas.

Pelo lado da beleza, o que a luz faz é reorganizar uma função essencial para que a cútis fique lisa: a formação de colágeno, a proteína que dá sustentação à pele. “Mas recomendo PDT para tratar quem está com a pele envelhecida e com lesões pré-malignas. Se for só pelo estético, há bons lasers para isso”, diz o dermatologista Luís Torezan, um estudioso da terapia fotodinâmica. Existem ALAs de diversas formas e com diferentes preços. Em 2006, o Brasil contará com mais uma substância fotossensível, o Metvix (do laboratório Galderma). Uma de suas vantagens é que causa menos dor do que o ALA – compostos desse gênero podem causar sensação de queimação e dor, além de eritema e formação de pústulas.