Ele está na Câmara dos Deputados desde o dia 3 de agosto, quando, como primeiro suplente, assumiu a vaga deixada pela renúncia do presidente do PL, Valdemar Costa Neto (SP) – conhecido na intimidade como Boy –, envolvido no escândalo do mensalão. Junto com a vaga, o jovem Fernando Estima (PPS-SP), que teve 67 mil votos nas eleições de 2002, herdou o gabinete de Valdemar, de nº 542, no Anexo 4 da Câmara, em Brasília. “Só não fui eleito logo de cara porque o Enéas (Prona-SP) trouxe mais cinco com seus votos, tomando uma das vagas do PL pelo coeficiente eleitoral”, conta. Três anos depois, já em outro partido, o PPS, Fernando Estima, que é filho de um veterano político da zona sul de São Paulo, o vereador de quatro mandatos Edivaldo Estima, finalmente chegou ao Congresso. Mesmo sabendo que o pequeno gabinete não era muito usado por Valdemar, que preferia usar as amplas instalações da presidência e da liderança do PL, Fernando achou que havia “uma carga pesada no ar”. Em um fim de semana em São Paulo, comentou com a amiga jornalista Isabel Cristina Ferreira sobre suas sensações. Isabel, que trabalha na produção do programa de tevê do médium e babalorixá Robério de Ogum, achou que o amigo não estava maluco. Contou o caso a Robério, que sentiu o clima, mesmo a distância.

Há menos de um mês, Robério de Ogum foi a Brasília para outros compromissos. Levado por Isabel, foi visitar o gabinete de Fernando Estima. “Ele entrou, fez uma oração e me disse que, realmente, havia muitas cargas negativas no ambiente. E recomendou algumas medidas de purificação”, conta o deputado. A primeira providência foi uma limpeza geral nas duas salas. Robério recomendou também que Fernando colocasse alguns cristais para atrair bons fluidos, mandasse pintar as paredes e, no final, aplicasse sal grosso. O primeiro cristal já está na mesa de Fernando, presente de sua mãe, Rose. A nova pintura para as paredes e o teto, na cor branca, já foi pedida à administração da Câmara e aguarda-se apenas que haja pintor livre. O sal grosso, de acordo com as instruções de Robério, ficará para o final. “Não sou muito religioso, mas acho que não custa prevenir”, comenta. E ele tem razão. A saída de Valdemar Costa Neto do Congresso não foi das mais tranqüilas. Além das denúncias de ter recebido dinheiro do mensalão, Costa Neto protagonizou, com a ex-mulher Maria Christina Mendes Caldeira, algumas cenas de barraco explícito que incluíram até o corte da água e da luz da mansão do PL, onde ela morava. Foi por isso que, por via das dúvidas, Fernando Estima resolveu fazer um bom descarrego no local de trabalho.