A diversificação é o segredo do
negócio. Por isso, pouco antes da
chegada oficial do verão, no fim deste mês, as academias agitam as águas
das piscinas para atrair mais público.
As novidades vão desde acrescentar pitadas de charme à hidroginástica até
a criação de modalidades que combinam atividades dentro e fora da água. Todas,
é claro, sem desobedecer à tradição de receber nomes em inglês. Nessa linha, vêm aí o Power Pool, o Sleep Water e o Deep Runner, entre outras.

Na academia carioca Estação do Corpo, a principal inovação é o Hidro Jump, uma espécie de pula-pula aquático feito com uma mini cama elástica individual. A aula trabalha tonicidade, condicionamento cardiovascular e coordenação motora. A apresentadora Paula Orsini já aderiu. “A água massageia e reduz o impacto”, diz Paula. Ela cai na piscina pelo menos quatro
vezes por semana.

Outra receita de sucesso nas academias é a combinação de atividades
na água com exercícios como corrida ou musculação. O entra-e-sai da piscina refresca, agita e aumenta a queima de calorias. Nesse espírito, a Fórmula, de São Paulo, criou uma aula que simula uma prova reduzida de triatlo, com 15 minutos de natação, 25 de spinning (aula puxada de bicicleta) e 20 minutos de corrida. Não é para iniciantes. Na Bio Ritmo, a atração é o Ultraswim, um circuito para praticar vários tipos de nados intercalados com exercícios localizados em solo.

Quem prefere ficar na água poderá usufruir da divertida aula Power Pool, que começa a surgir nas academias. Uma delas é o Projeto Acqua 24 horas, em São Paulo. A aula tem nove músicas, com coreografia. “Os alunos acham que o exercício fica mais intenso depois que aprendem a sequência da aula”, diz a coordenadora Fabiana Guerra. A finalidade é o condicionamento cardiovascular. O Projeto Acqua criou 25 aulas diferentes. Entre elas, o Deep Runner, uma corrida em água profunda usando colete para permitir o equilíbrio. Mas tem de tudo, desde a simulação de movimentos de luta e jogos até sessões para fortalecer o trio glúteos, abdome e pernas. E para que ninguém se molhe à toa na aula errada, antes de começar a atividade os professores explicam o que será feito e os objetivos.

Como a agitação não agrada a todos, a Fórmula inventou o Sleep Water. O que é isso? Na água aquecida, o aluno fecha os olhos e entrega o corpo nas mãos do professor, que vai colocá-lo deitado sobre bóias (os “espaguetes”) até o momento de ser massageado. “Alguns dormem”, conta Luís Henrique Dunder, que aplica essa verdadeira homenagem ao ócio. No Rio, a Estação do Corpo moldou o Relaxamento Aquático, uma mistura de flutuação, alongamento e exercícios de equilíbrio e percepção corporal ao som de MPB, new age e clássicos. Tudo para se soltar. E sobrou lugar também para o Watsu, aula individual comparada a uma massagem shiatsu na água. Com tantas opções deliciosas, a gente até perdoa ter de vestir aquela touquinha horrorosa exigida por algumas academias antes de entrar na água.