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Os principais protagonistas do mensalão do PT decidiram usar o ataque como arma de defesa no Supremo Tribunal Federal. Em suas alegações finais, o publicitário Marcos Valério de Souza (foto), apontado como o principal operador do esquema, questionou a ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre os 38 réus da ação penal. Ele sustenta que a acusação da Procuradoria-Geral da República deveria incluir os mandantes do mensalão e refere-se expressamente a Lula. O ex-deputado Roberto Jef­ferson, em sua defesa, havia usado do mesmo argumento, responsabilizando o ex-presidente pela compra de apoio político. “Qual a razão de o ilustre acusador ter deixado de denunciar aquele que, por força de disposição constitucional, é o único que no âmbito do Poder Executivo tem iniciativa legislativa?”, provocou Jefferson.

A defesa de Marcos Valério afirma que esse é um raríssimo caso de acusação em que o “operador do intermediário” se destaca como figura mais importante, enquanto mandantes e beneficiários ficaram em segundo plano. A assessoria de Lula informou que ele não se manifestará sobre a acusação do publicitário. Previsto para ir a julgamento no primeiro semestre do ano que vem, o caso está nas mãos do ministro Joaquim Barbosa, que prepara seu voto apesar das pressões dos advogados dos réus.
 


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