Até há pouco tempo, ele era o horror dos pais. Mas hoje o piercing não assusta mais ninguém, ainda mais se ele estiver instalado no umbigo. De cinco anos para cá, o acessório se tornou muito popular principalmente entre as adolescentes, que vestem blusinhas curtas e calças baixas para exibir o adereço. E justamente por ter se tornado quase tão comum como o brinco na orelha, o piercing clássico, aquele com duas bolinhas simples de metal, perdeu a graça. Por isso, as usuárias têm procurado novos modelos para enfeitar a barriga: comprido, colorido, em forma de coração, estrela, borboleta ou até tribal.

Muito antes de virar moda, colocar adereços no umbigo já era comum entre os índios e algumas tribos africanas, de onde a técnica foi “importada”. Foi apenas em 1975, em São Francisco (EUA), que se inaugurou o primeiro estabelecimento especializado na colocação de piercings. Mas a moda não pegou logo de cara. Até o início dos anos
90, o acessório era restrito aos moderninhos e aos punks, que nem sempre eram vistos com bons olhos. Isso até a cantora Madonna exibir, em seus clipes e shows polêmicos, piercings no umbigo e no nariz. A partir daí, virou febre: primeiro entre atores, cantores e modelos,
e depois, entre a meninada.

André Meyer, proprietário da Body Piercing Clinic, em São Paulo, conta que a procura por novidades é grande. “De uns tempos para cá, as clientes começaram a exigir peças diferentes. Passamos então a fabricar e importar muitas delas”, diz. Há até peças em ouro com detalhes em pedras preciosas, mas as mais apreciadas são as que chamam a atenção pelo formato e pela cor, produzidas, em sua grande maioria, em aço cirúrgico ou titânio, materiais que causam menos alergia e irritação.

É bom saber, no entanto, que os piercings grandes exigem cuidados redobrados. “Não recomendo furar já com um maior, pois é mais difícil de limpar e há maiores riscos
de infecção. Como o furo leva cerca de seis meses para cicatrizar, é recomendável que se troque a peça após esse período”, explica André. A dermatologista Violeta Gonzalez lembra também que critérios na hora de escolher o profissional são essenciais. “É importante escolher pessoas experientes e se certificar que todo o material usado é descartável. E evitar o atrito com roupas e outros
acessórios”, esclarece.