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COBRANÇA
Em Detroit, americana reclama da economia

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está sob pressão. A 14 meses das eleições presidenciais, Obama não para de cair nas pesquisas de popularidade, o que coloca em risco sua reeleição. Na semana passada, apenas 44% dos americanos disseram aprovar sua gestão, uma queda de três pontos percentuais em relação a julho, segundo levantamento do “The Wall Street Journal” e da rede de tevê NBC News. O índice de aprovação cai ainda mais – para 37% – quanto se pergunta especificamente sobre a condução da crise econômica. Para tentar reverter o quadro, o presidente anunciou na quinta-feira 8 um plano de US$ 447 bilhões para incentivar a criação de novos postos de trabalho. Uma das principais iniciativas é prorrogar por um ano o corte de impostos na folha de pagamento, o que implica em renúncia fiscal de US$ 240 bilhões. Em contrapartida, oferece um extra de US$ 1 mil por ano para cada trabalhador consumir e, espera Obama, reaquecer a economia.

Outra medida recém-lançada pelo presidente é o investimento em infraestrutura, que prevê obras em estradas e pontes de todo o país. Dos 14 milhões de americanos desempregados, um milhão deveria estar atuando na construção civil. Nos últimos meses, no entanto, o mercado de trabalho permanece estagnado (leia quadro). Em agosto, as estatísticas do próprio governo não registraram a abertura de nenhum emprego, o que já está valendo a Obama o apelido de “presidente zero”. Afora as críticas, Obama conhece o potencial devastador da taxa a 9,1%. Desde a Segunda Guerra Mundial, nenhum presidente americano foi reeleito com um índice de desemprego superior a 6%, exceto Ronald Reagan, em 2004, quando o patamar chegou a 7,2%.

Com índice muito superior a enfrentar e a oposição dos republicanos, que têm maioria no Congresso, Obama terá dificuldade para aprovar o plano de incentivo à economia. Antes, porém, de anunciar o pacote, ele aproveitou a comemoração do Dia do Trabalho nos Estados Unidos, na segunda-feira 5, para desafiar os republicanos a apoiarem a iniciativa. “Vocês (republicanos) dizem que são o partido que corta impostos? Então provem que são tão radicais em cortes para as famílias de classe média como são para empresas de petróleo e para os americanos mais ricos”, disse em discurso em frente à sede da General Motors, em Detroit, entre aplausos e vaias. O único detalhe que o consola na disputa com os republicanos no Congresso é que seus opositores também vão mal nas pesquisas, com popularidade na casa dos 20%, o pior índice desde 2008. 

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