Redescoberto pelas regravações das bandas Kid Abelha e Jota Quest, o baiano radicado no Rio de Janeiro Hyldon quebra o silêncio de uma década e meia num álbum no qual retoma a MPB com tinturas funk e soul music praticadas nos anos 1970. O melhor do retorno do cantor e compositor, contudo, é saber que ele não parou no tempo. Antenado com a modernidade, Hyldon injeta uma levada de drum’n’bass na faixa-título, arrisca trechos de rap no samba-soul Amor secreto e funde cuícas e bases eletrônicas na suingada O prisioneiro, parceria com os músicos do grupo Azymuth. Também promove uma vigorosa mistura de ritmos nordestinos em Forró do marinheiro e Sambafunk – esta inspirada no mix sonoro de Lenine. Para os que já o conhecem, há as gravações originais dos deliciosos sucessos Na rua, na chuva, na fazenda (casinha de sapê), As dores do mundo e Homem pássaro.