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VENTO FAVORÁVEL
Bom momento econômico atrai astros como Paul McCartney, que deve voltar em 2012

Coldplay, Eric Clapton, Rihana, Shakira, Justin Bieber – a lista de artistas internacionais que se apresentarão no Brasil nos próximos meses nunca foi tão grande e atraente. Se em 2010, cinco das dez maiores turnês mundiais passaram por aqui, este ano o número de espetáculos supera as expectativas e tem ingressos esgotados em poucas horas, obrigando a abertura de novas datas. O momento é tão favorável que cantores de agenda concorrida como Paul McCartney, que esteve duas vezes no País num espaço de seis meses, já está pensando em voltar. O melhor sinalizador, contudo, é o retorno, quase dez anos após a última edição, do Rock in Rio, que se inicia no dia 23. “A ideia agora é fazer o festival a cada dois anos”, disse à ISTOÉ Roberto Medina, seu organizador. A equação que está permitindo esse expressivo crescimento do setor de espetáculos envolve duas variáveis: dólar baixo e melhora da economia nacional. “Hoje o consumo não é privilégio da classe A ou B. A dona de casa não quer só a cesta básica, quer ir ao cinema e ao show”, afirma Bazinho Ferraz, presidente da XYZ Live, nova empresa no mercado que teve o trunfo de promover a turnê brasileira de Amy Winehouse e que promete para outubro a vinda de Clapton e Bieber, ambos com “casa” lotada.

Segundo Ferraz, esse cenário era bem diferente. “Há três anos, era uma luta para convencer os artistas de que a América do Sul era uma boa rota.” Antes, o valor pago para se estender aos trópicos o braço de uma turnê era quase o dobro do que se paga hoje – entre R$ 5 milhões e R$ 15 milhões, dependendo do artista e do número de apresentações. Leonardo Ganem, CEO da Geo Eventos, à frente dos shows das cantoras Sade e Rihana, concorda que a questão econômica praticamente inviabilizava a contratação de estrelas do pop internacional. “Desde o início a conta não fechava”, diz. Agora, tudo mudou. Promovida pela Geo, a recente excursão da estrela teen Miley Cyrus teve custo inferior a R$ 2 milhões. Pesou ainda na mudança de rota das turnês, direcionadas para os países asiáticos (após cumprirem o verão americano e europeu), a crise financeira de 2008 na Europa e nos EUA. “Abriu-se, então, um mercado com potencial para a América Latina”, analisa Milkon Chriesler, organizador do festival SWU, programado para 12 de novembro, no interior de São Paulo. Em toda essa agitação, só uma coisa preocupa: disposição para tantas baladas.

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